Na sua formulação, as pesquisas de opinião valem-se de informações estatísticas oficiais, notadamente aquelas que dizem respeito às classes sociais, a partir de indicadores como escolaridade, renda familiar, gênero, local de moradia etc…
Pesquisas político-eleitorais costumam aferir tendências ideológicas, preferências pessoais e partidárias, consistindo em instrumento de avaliação de governantes e atos de governo, parlamentares e partidos. E prováveis candidaturas.
Como o processo eleitoral determina quem vai comandar o Poder Executivo, ou quem vai assumir um mandato legislativo, os interesses pessoais e setoriais são múltiplos e intensos, não resistindo, regra geral, à influência do dinheiro e às demais relações de poder.
Consequentemente, as pesquisas e os institutos de opinião têm sido objeto de suspeitas e acusações. Afinal, entra eleição, sai eleição, é sempre a mesma discussão. Pesquisas influenciam o processo eleitoral? São manipuladas para favorecer determinado candidato ou prejudicar outro?
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Os desconfiados afirmam que à medida em que se aproxima a data da eleição as pesquisas tendem a apresentar números parecidos entre um instituto e outro. Assim, deduzem que seria possível faltar com a verdade durante algum período anterior, mas não proximamente ao dia da eleição.
Faz sentido. E até as margens de erro, que sempre foram de 2%, para mais ou para menos, já estão em torno de 4%.
O que significa potenciais e diferenciais 8%, a rigor. Seria muita margem (de manipulação?) para pouco acerto!
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Também há o entendimento de que as pesquisas influenciam o eleitorado, provocam o voto útil e despolitizam o processo eleitoral. Circunstâncias que, às vezes, determinam e resultam na escolha do “anti-alguém”!
Em eleições recentes, confrontadas as prévias com os números finais, as pesquisas têm revelado e confirmado diferenças expressivas. Afetando a credibilidade dos institutos e semeando a desconfiança popular.
Mas, sem alimentar teorias da conspiração, pergunto: qual o fator que poderia determinar o voto definitivo e comprometer a pesquisa prévia, de modo a resultar em disparidade entre números?
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Em suposição, respondo: meio instantâneo de troca de informações recentes, as redes sociais são um fator que supera a influência dos itens “escolaridade, renda familiar, gênero e local de moradia do entrevistado”, tidos como determinantes
em pesquisas.
Em outras palavras, como medir a volatilidade e a intempestividade da opinião pública em meio ao generalizado “tiroteio” de informações e contrainformações, verdadeiras ou não, nas redes sociais?
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