Na derrota do Grêmio por 2 a 1 para o São Paulo no Morumbi, o técnico Luiz Felipe Scolari afirmou que faltou “garra” e “pegada” ao time para segurar o empate. O treinador se mostrou incomodado com a atitude do time em campo, especialmente com o segundo gol do São Paulo, marcado aos 48 do segundo tempo, quando Darlan perdeu a posse de bola e originou o contra-ataque dos donos da casa.

“Precisamos trabalhar e mudar nosso sentido anímico dentro e fora de campo. Temos que ter raiva do adversário. Saber que o adversário é o último, é o final do mundo. É jogar como final 90 minutos, 91, 93, 95 minutos. O adversário para as jogadas e nós não paramos porque queremos, quem sabe, jogar de uma forma mais bela, interessante. Não é assim. Nesse momento tem que jogar com ânimo, determinação, com mais vontade, mais garra, mais pegada. É isso que muitas vezes falta num momento ou outro do jogo. E perdemos os pontos que fazem falta, vão fazer falta”, declarou.

Questionado sobre a atuação de Jean Pyerre, que mais uma vez não teve boa atuação como titular no setor de criação, Felipão evitou individualizar a culpa pela derrota. “Ele (Jean Pyerre) cumpriu papel que tínhamos mais ou menos pré-determinado. Quando achamos que a situação não era a que queríamos, fizemos a substituição. Teve uma ou outra oportunidade de criação, mas fomos também envolvidos em alguns aspectos pelo São Paulo. Não foi só o Jean com um ou outro pecado, a equipe no geral pecou para que a gente perdesse esse jogo”, analisou.

Com dez pontos somados, o Tricolor se mantém na vice-lanterna da competição com 10 pontos. Sete atrás do 16ª colocado, o Cuiabá, rival da próxima quarta-feira, 18, em duelo adiado da 5ª rodada. A partida na Arena Pantanal será às 19 horas. Pedro Geromel estava pendurado e levou o terceiro cartão amarelo diante do São Paulo. Com isso, será desfalque da equipe.

Para o lateral-esquerdo Bruno Cortez, um momento de desatenção resultou na derrota sofrida na noite de sábado. “A gente sabe que seria um jogo difícil. A equipe estava muito bem na partida e num “detalhezinho” perdemos o jogo. Agora é levantar a cabeça, sabemos que temos que melhorar bastante. O grupo está focado e vamos dar a volta por cima”, declarou. “Só os jogadores sabem o que pode mudar. Nós temos que dar mais. O que estamos dando está sendo muito pouco. O professor Felipão vai conversar conosco para no próximo jogo a gente poder melhorar”, complementou.

O presidente Romildo Bolzan Jr. admitiu preocupação com a má fase gremista. “(O Grêmio) Passa por um momento de crise técnica, questão de confiança, que tem que retomar. Tem tempo para isso. Acredito que vá acontecer. Sinais ruins existem. Temos plena capacidade de recuperar o espaço perdido. Não vou fazer bravata. Confio em quem trabalha conosco, no elenco, vamos dar a volta por cima sim. Mas o momento nos preocupa”, disse. Para ele, o clube precisará de união e espírito de superação. “Muitas vezes tem uma situação de dificuldade, passando por momento ruim e achar que vamos afundar por isso. Não. Nós temos que fazer por nós mesmos, nos ajudarmos. Não tem receita de salvação nova. É receita de capacidade de união. Quem quer vencer, tem que se superar. Vamos fazer isso com muita superação até o ponto de equilíbrio. Aí sim faremos o que temos que fazer, que é sair dessa zona”, finalizou.

Felipão ainda não garantiu se Gabriel Chapecó seguirá como goleiro titular ou se o medalhista de ouro Brenno terá uma oportunidade diante do Cuiabá. “Nesse momento e para esse jogo foi o titular. Tenho que trabalhar durante a semana e observar a maneira como trabalha o Brenno para dizer que ele deve jogar e o Chapecó ser o segundo. Foi o Chapecó nesse jogo porque ele trabalhou comigo nesse mês de Grêmio muito bem. Posso continuar ou optar por mudar caso tenha alguma situação que possa me dizer: “Ele (Brenno) está melhor”, disse.