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BRASÍLIA

Partidos veem tentativa de constrangimento ao Congresso em desfile de blindados

Foto: Agência Brasil

Comboio com veículos blindados e armamentos passa pela Esplanada dos Ministérios

O presidente Jair Bolsonaro acompanhou, na manhã desta terça-feira, 10, o desfile de veículos militares blindados, na rampa do Palácio do Planalto, em Brasília. O evento, que contou com 150 veículos militares, teve como mote a entrega de convite a diversas autoridades da República para participarem do dia de Demonstração Operativa, no próximo dia 16 de agosto. O presidente Jair Bolsonaro já recebeu o convite nesta manhã. Dos veículos do comboio, 14 viaturas ficarão expostas na Esplanada dos Ministérios, em frente ao prédio da Marinha.

O evento não contou com a presença dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) ou do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e nem de dirigentes do poder Judiciário. Junto a Bolsonaro no evento, estiveram os comandantes do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e da Marinha, Almir Garnier Santos; o chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Augusto Heleno; o chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, Laerte de Souza Santos; o ministro da Defesa, Walter Braga Netto; o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI); o ministro da Educação, Milton Ribeiro; o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, dentre outros. Todos apareceram sem máscaras de proteção, item obrigatório, dada a pandemia de Covid-19.

O comboio de veículos militares blindados passou pelos arredores do Congresso Nacional como parte da Operação Formosa, um treinamento militar que, pela primeira vez, tem a participação do Exército e da Força Aérea. Parlamentares veem no ato uma tentativa de intimidação do Congresso, uma vez que acontece no dia da votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso pela Câmara.

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Nove partidos divulgaram nota de repúdio. Para as legendas, diante das sucessivas acusações do presidente Jair Bolsonaro contra os Poderes e da votação do projeto do “voto impresso” também nesta terça-feira, “o desfile é uma clara tentativa de constrangimento ao Congresso Nacional”.

“Estranhamente, e diferente das edições anteriores, é a primeira vez que o convite é feito com um ostensivo e desnecessário desfile de blindados militares, injustificável e reprovável por várias razões de interesse sanitário público”, declara a nota, relembrando a marca de quase 600 mil mortes por Covid-19 no País. As siglas classificam como “inaceitável” a utilização e exposição das Forças Armadas, “ainda que permitam”, “para sugerir o uso de força em apoio à proposta antidemocrática e de caráter golpista, defendida pelo presidente da República”.

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Em meio à crise sanitária e alta taxa de desemprego e fome, as siglas pedem o compromisso com a defesa dos “verdadeiros interesses” dos brasileiros. “O povo não quer ver desfile de tanques de guerra, quer vacina no braço, respeito à democracia e instituições e governantes que trabalhem para gerar empregos e para acabar com a fome no país “. A nota é assinada pelo PSB, PCdoB, PDT, PT, REDE, PSOL, PSTU, Solidariedade e Unidade Popular.

A Marinha brasileira informou por meio de nota que o desfile foi planejado antes da agenda de votação da PEC do voto impresso e que o mesmo “não possui relação com a mesma, ou qualquer outro ato em curso nos Poderes da República”.

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