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Bombeiros buscam recursos para manter serviço em Santa Cruz

Tenente-coronel Clairton Marmitt: “Não podemos baixar a qualidade do atendimento”

Sempre pronto a intervir em ocorrências de extremo perigo e a agir quando incêndios e desastres acontecem, o Corpo de Bombeiros é um dos grandes pilares das forças de segurança do Estado na proteção dos cidadãos. Contudo, a necessidade de manter em dia os caminhões-tanque, viaturas, estrutura física e equipamentos de proteção individual (EPIs) gera altos custos.

Até então, a gerência dessas despesas vinha sendo administrada pelos próprios batalhões, por meio do Fundo de Reequipamento dos Bombeiros (Funrebom), que contabilizava os valores recebidos em atividades vinculadas aos planos de prevenção contra incêndios e cortes de árvores agendados, entre outros. Contudo, uma normativa que entrou em vigor em 1º de março pegou as corporações de surpresa, ao determinar que esses recursos sejam encaminhados diretamente ao Fundo Especial da Segurança Pública (Fesp).

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“Isto gera uma morosidade maior na reposição de EPIs, no conserto de alguma viatura ou mesmo outra demanda. Antes, se necessitássemos, complementávamos de maneira ágil com recursos do Funrebom. Hoje, temos que solicitar ao comando para que seja aprovada alguma intervenção, o que causa uma demora maior e pode acarretar a perda da qualidade do serviço”, comentou o tenente-coronel Claiton Fernando Marmitt, comandante do 6º Batalhão de Bombeiros Militar, com sede em Santa Cruz do Sul.

Com essa mudança, os batalhões perdem a autonomia de aplicação do valor arrecadado. Agora, não são mais os comandos locais que estabelecem como e quando aplicar a verba, e sim o comando-geral, que concentra o recurso num único fundo para redistribuir em todo o Estado. De acordo com Marmitt, quando veio a nova determinação, imediatamente o 6º Batalhão de Bombeiros Militar cancelou todos os investimentos que estavam programados.

“Precisávamos de uma reforma no telhado do batalhão. Conseguimos porque tínhamos ainda uma reserva do Funrebom. Pelo Estado, uma reforma dessas poderia não acontecer. É preciso fazer um projeto, que deve ser aprovado pela Secretaria de Segurança. Até mesmo para cobrir o custo de uma impressora estragada ou uma troca de computador, que antes fazíamos, agora precisamos solicitar o recurso, caso não seja de nossa reserva”, relatou o comandante.

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“Hoje conseguimos manter um bom serviço, através das viaturas e guarnições. Eventualmente, se alguma quebrar e não houver recurso do Estado, pode causar uma deficiência no serviço. Não é o que queremos, mas é algo que pode acontecer”, admitiu o tenente-coronel. Segundo Marmitt, já existe um movimento inicial para que seja modificada a forma de gerência dos recursos.

Traje especial custa R$ 25 mil

Parte dos recursos do Funrebom destinava-se à compra de trajes e uniformes para a guarnição. Segundo o comandante Marmitt, só as botas especiais custam R$ 800,00. Um capacete tem o custo de R$ 2,5 mil, e a roupa de aproximação do fogo tem o valor de R$ 6 mil. “O custo total de um fardamento para um único bombeiro, equipado com todos os itens, desde a sola da bota até o capacete, com equipamento de respiração, é de cerca de R$ 25 mil.”

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A turma de 20 alunos-soldados dos bombeiros que realizam o curso no 6° Batalhão será a primeira a receber o kit formatura, com todo o equipamento. Além disso, a aquisição de duas viaturas novas para o batalhão do Centro e duas para a guarnição localizada no Distrito Industrial são objetivos futuros. Atualmente, há uma adquirida em 2014 para a sede e uma de 2005 para o Distrito Industrial.

Em 2020, foram atendidas 1.349 ocorrências. O número vem subindo ano a ano. “Santa Cruz vem crescendo muito, vertical e horizontalmente, com prédios cada vez mais altos e bairros mais populosos. Não podemos baixar a qualidade do serviço para a nossa população”, disse Marmitt. Recursos do Programa de Incentivo ao Aparelhamento da Segurança Pública (Piseg/RS) também vêm sendo buscados para auxiliar nas demandas.

Botas, roupa, capacete e equipamento para enfrentar o fogo têm um alto valor

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Comandante pede mesmo apoio que Prefeitura e Câmara deram às polícias

Recentemente, a Prefeitura de Santa Cruz do Sul anunciou um aporte de R$ 1 milhão para a Brigada Militar e para a Polícia Civil, recurso a ser aplicado na compra e manutenção de viaturas, combustíveis, despesas de aluguel, equipamentos de tecnologia e informática, uniformes, EPIs, armas e munições. Outros R$ 300 mil foram destinados pela Câmara de Vereadores às forças policiais. Contudo, os bombeiros acabaram ficando de fora do rateio dos recursos distribuídos pelos dois poderes municipais.

Segundo o tenente-coronel Claiton Fernando Marmitt, os bombeiros também almejam ser contemplados com parte dos recursos, assim como as outras entidades estaduais. “Estamos pedindo também para a Prefeitura e à Câmara o apoio semelhante ao que é dado à Polícia Civil e Brigada Militar, para que possamos suprir nossas carências. De maneira alguma queremos dividir o recurso que Brigada e Civil receberam, pois sabemos da necessidade deles. Mas precisamos e entendemos que também prestamos um serviço de qualidade e necessário ao município”, comentou o comandante.

Uma reunião com o Poder Executivo foi marcada para a semana que vem. “Estamos tendo um atendimento muito positivo da prefeita, do vice e do secretário de Segurança. Acreditamos num desfecho positivo.” Sobre o assunto, o presidente e o vice do Grupo de Apoio ao Bombeiro Militar (Gabom), Vitor Kaminski e Flávio Bender, revelaram, em entrevista para a Rádio Gazeta FM 107,9, que já há uma proximidade com a Câmara de Vereadores para busca de recursos.

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