Quem faz as compras de casa deve ter percebido que, passadas as festas de fim de ano, alguns cortes de carne bovina tiveram redução no preço de venda em açougues e supermercados. Os cortes comuns, utilizados no dia a dia, estão cerca de 15% mais baratos na primeira quinzena de janeiro. Esta redução deverá continuar ao longo do mês até que alcance a margem final de 25% sobre os preços praticados em dezembro de 2019. Quem vai às compras também precisa ficar atento às promoções, pois as variações podem chegar a 68% do mais alto para o mais baixo.
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios dos Vales do Rio Pardo e Taquari (Sindigêneros-VRP), Celso Müller, após a virada do ano a maioria dos cortes utilizados no cotidiano tiveram uma redução geral na faixa dos 15%. “Esta redução já era esperada, pois é sazonal. É um movimento do próprio mercado, que vai se acomodando após o período de maior consumo com as festas de dezembro”, explica.
A Gazeta do Sul pesquisou (veja tabela) os cortes utilizados no cardápio comum do dia a dia. Coxão de dentro, vendido fatiado em bife, acém que é utilizado como “carne de panela”, carne moída de 1ª e 2ª e a costela – que além de servir ao churrasco, é ingrediente de outros preparos – tiveram redução de preço nas primeiras semanas de 2020. “Até o mês de fevereiro deve ocorrer uma nova baixa, de mais 10% sob o preço médio. Acreditamos que, a partir daí, o mercado deve se estabilizar e os valores para cortes de carnes ficarão nestes patamares”, projeta o empresário.
No início de dezembro, a Gazeta do Sul percorreu as principais lojas de redes de supermercado de Santa Cruz do Sul pesquisando preços para o churrasco de fim de ano. Na época, os valores médios praticados pelo comércio local haviam sido reajustados em 50%, salgando o paladar de quem aprecia um bom churrasco. Além do consumo mais elevado, contribuíram para isso fatores como a exportação de proteína animal para a China e a desvalorização da carne no Brasil. Conforme o setor de supermercados, os preços dos cortes bovinos estavam sem reajustes de preço há pelo menos cinco anos. A partir da alta gerada pelas exportações de carne para a Ásia, houve então uma nova regulagem do mercado interno.
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Valores em Santa Cruz do sul
Coxão de dentro
R$ 39,90 (valor mais alto)
R$ 23,80 (valor mais baixo)
Acém (agulha)
R$ 19,98 (valor mais alto)
R$ 15,90 (valor mais baixo)
Moída (1ª)
R$ 32,95 (valor mais alto)
R$ 28,99 (valor mais baixo)
Moída (2ª)
R$ 29,90 (valor mais alto)
R$ 17,98 (valor mais baixo)
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Costela
R$ 32,90 (valor mais alto)
R$ 26,98 (valor mais baixo)
IMPORTANTE: Levantamento feito na tarde dessa terça-feira, 14, das 13h30 às 14h30, nas principais redes de supermercados de Santa Cruz do Sul. Os preços podem variar de acordo com ofertas de ocasião, que são apontadas como oportunidades ao consumidor para economizar.
Pesquisar sempre vale a pena
Quem quiser poupar um pouco mais precisa “bater pernas” atrás dos melhores preços. Na tarde de ontem, a reportagem visitou quatro lojas de redes diferentes de supermercados instaladas em Santa Cruz do Sul. Há diferenças sensíveis de preço entre o valor mais alto e o mais baixo.
No corte de coxão de dentro, por exemplo, ocorre a maior variação. A pesquisa apontou uma diferença de 68% do custo mais alto para o mais barato. É preciso considerar que as diferentes redes de supermercado realizam ofertas escalonadas de alguns produtos ao longo da semana. O segundo corte com variação consideravelmente elevada é a carne moída de 2a. O quilo varia 66% do preço mais alto ao mais baixo. As diferenças de preço são atribuídas, neste caso, a negociações individuais feitas pelas redes que vendem carne e pela capacidade de estocagem em câmaras frias. “Dependendo da quantidade armazenada, o preço pode flutuar, pois a carne é um produto com alta rotatividade dentro dos supermercados”, complementa Müller.
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