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AGRICULTURA

Após seca, feijão volta a conquistar espaço em Arroio do Tigre

Foto: Alencar da Rosa

Nas propriedades maiores do município, o cultivo é realizado de maneira mecanizada

Após um ano de extensas perdas na agricultura em função da estiagem, Arroio do Tigre tem uma alta de rendimento na safra de feijão. O município já foi um dos maiores produtores do grão no Rio Grande do Sul. No entanto, desde 2006 o plantio caiu significativamente em virtude do preço baixo, custo da mão de obra e pelas dificuldades de comercialização após a falência da Cooperativa Agrícola Mista Linha Cereja Ltda. (Comacel), que comprava o produto. Outro motivo tem sido o aumento do cultivo da soja no Estado, que vem ocupando o espaço do feijão e de outras culturas.

O técnico em Agropecuária e extensionista rural da Emater/ RS-Ascar, Ismael Henrique Begrow, explica que a área estimada de plantio de feijão nesta safra é de 600 hectares em Arroio do Tigre. Desse total, 210 hectares são da primeira colheita e 390 hectares da segunda, a chamada safrinha. Já a produtividade média está prevista em 2,1 mil quilos por hectare.

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Conforme Begrow, as informações de área cultivada e produtividade são elaboradas em conjunto por técnicos representantes da Emater, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Cooperativa Cotriel e Sindicato dos Trabalhadores Rurais. No passado, a colheita era manual e exigia muita mão de obra, mas hoje em dia as propriedades maiores são mecanizadas. Já nas áreas menores, principalmente para o consumo próprio das famílias, há ainda a colheita manual, porém sem contratação de mão de obra externa.

“Houve um pequeno aumento de área na safra do ano agrícola 2019/2020, de 110 hectares para 210 hectares, com produtividade normal. Na safrinha 2019/2020 foram cultivados apenas 250 hectares, e houve perda de 92,4% na produtividade por causa da seca”, explica o extensionista rural. Já na safra passada, foram cultivados 210 hectares com produtividade de apenas 1,5 mil quilos por hectare. Para a safrinha, na ocasião, estimou-se o cultivo de apenas 351 hectares devido à seca, que gerou dificuldades de plantio, e com produtividade de também 1,5 mil quilos por hectare.

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Marcos Cesar Feder aposta no feijão há dez anos na localidade de Linha Paleta e colhe o produto cultivado em área de 28 hectares | Foto: Alencar da Rosa

Os preços praticados atualmente giram em torno de R$ 220,00 a R$ 230,00 a saca. Segundo Henrique Begrow, devido à escassez de produto, os valores na safra ultrapassaram os R$ 300,00. Apesar da produtividade vir sendo prejudicada por eventos de estiagem, especialmente na safrinha, a tendência é de manutenção dos números atuais em relação à área cultivada. Já a produtividade vai depender das condições climáticas.

Para o produtor Marcos Cesar Feder, de Arroio do Tigre, a colheita foi dentro da expectativa. Ele atua na agricultura há 35 anos e em sua propriedade, em Linha Paleta, plantou 28 hectares no total – 12 na safra normal e 16 na safrinha. “Só o preço não ficou dentro do esperado, em R$ 225,00 o saco de 60 quilos. A venda foi realizada na empresa da nossa cidade”, conta.

Na propriedade de Marcos, a colheita é feita com maquinário. O produtor aposta no feijão há cerca de dez anos e acredita que vale a pena. Contudo, para o próximo ciclo, ele pretende aumentar o cultivo de milho e plantar o feijão apenas na safrinha, não na safra normal.

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