Certa feita, um amigo me recomendou que antes de conhecer Fernando de Noronha eu descobrisse primeiro os demais destinos do Nordeste, pois, depois de ser apresentado a essa ilha distante 540 quilômetros de Recife, iria me embriagar de tal forma com tanta beleza que toda nova viagem poderia deixar a desejar. Pois creio que ele tinha razão!
Boa parte da área da ilha descoberta pelo português Fernão de Lorona é uma reserva ambiental. Andar por ela exige autorizações e taxas, o que auxilia a manter intocada a Baía do Sancho, por exemplo, eleita a praia mais bonita do mundo pela Trip Advisor. E andar por Noronha é uma das melhores coisas a fazer por lá, portanto, quando você for visitá-la, esteja com um bom condicionamento físico para as trilhas, caminhadas, mergulhos e tudo o mais. Mas falemos agora das boas dicas de bebida e comida que tive oportunidade de degustar.
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Não espere hotéis em Fernando de Noronha, com all inclusive e mordomias. Você tem opções de pousadas – algumas bem descoladas e famosas, outras mais simples – até casas de moradores que alugam quartos para pernoitar. E há uma boa oferta de bares e restaurantes, mas que exigem, mesmo na baixa temporada, reservas antecipadas. Com as restrições impostas pela pandemia, a ocupação é menor do que em período normal e com horário de fechamento mais cedo à noite.
A primeira dica é a do recém-inaugurado Cigana do Cajueiro, um casarão reformado que se utilizou de uma lenda da ilha envolvendo a comunidade cigana no final do século 18 para nominar-se que é um misto de bar, restaurante e balada (esta não funcionando em função da Covid), muito descolado e com arquitetura colorida. Oferece boa comida com toques exóticos e deliciosos e criativos drinks preparados pela mixologista da casa (experimente o Mágico, que leva uma infusão de ervas dentro de um escafandro para dar um toque diferenciado ao drink).
Localizado junto ao porto está o Mergulhão, restaurante que oferece uma das melhores vistas de pôr do sol do lugar, acomodando o turista em pequenos e bucólicos lounges que pedem uma taça de vinho na contemplação. O cardápio é enxuto e bem montado, com bons pratos. A dica é o Camarão Picante, camarões gigantes empanados numa farofa de calabresa e tapioca, e fritos acompanhados de um molho caseiro de aioli.
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Outro bom programa gastronômico é a Mesa da Ana – a preferida das celebridades –, que trabalha com o conceito de mesa compartilhada, ou seja, é uma mesa única que reúne no máximo dez pessoas que não se conhecem mas acabam dividindo a mesa, interagindo e tendo a comida e as experiências na ilha como pano de fundo. A Ana, chef carioca que trabalhou quase dez anos em restaurantes em Paris e largou a vida europeia para viver na ilha, serve uma sequência de quatro pratos sempre com a maior parte dos insumos frescos e do dia. Atenção, pois exige reserva antecipada de alguns meses.
Em Noronha, existem várias pousadas que contam com ótimos restaurantes e estas não atendem somente os hóspedes, mas o turista em geral, basta fazer reserva. Dois desses restaurantes são imperdíveis: o Teju-Açu e o Restaurante do Vale. O primeiro está localizado no caminho que desce a praia da Conceição, fincado no meio da mata, com construção imponente e poucas mesas, serve no máximo 30 pessoas. Utiliza o minimalismo em seus preparos contemporâneos, o local tem bela vista e os pratos são muito bem servidos e saborosos.
A dica é o Camarão Selvagem, que é servido com um delicioso risoto de cogumelos, e o sorvete de tapioca com cocada quente na sobremesa. Já o Restaurante do Vale fica anexo a pousada de mesmo nome e é um caso a parte, amado pelos naturistas e fãs de comida saudável ele praticamente é autossustentável pois a maior parte das verduras, legumes e frutas vem de sua horta e pomar e os peixes frescos direto dos pescadores. Prepara drinks ótimos com muita fruta fresca e o atendimento é dos melhores de Noronha. Uma ótima pedida é o prato Cacimba, preparado com atum fresco em crosta de gergelim e purê de wasabi. Também o ceviche nordestino, que leva cebola roxa e coentro, é uma delícia!
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Fernando de Noronha, além de ter uma paisagem exuberante e uma água verde esmeralda com transparência fantástica para mergulhos e contemplação da fauna marinha, é literalmente um prato cheio para os amantes das boas coisas da vida! Confira mais fotos exclusivas acessando o blog www.eu-gourmet.com.
Serviço
- Restaurante Teju-Açu: (81) 3619-1369 (81) 3619-1277
- Restaurante do Vale: (81) 3619-1293 (81) 99613-1001
- Restaurante Mergulhão: (81) 3619-0215 (81) 99601-0203
- Mesa da Ana: (81) 99338-4925
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Fala, Baco
Em minhas andanças pelas terras uruguaias, além das excelentes carnes, sempre tive oportunidade de degustar bons vinhos, não só Tannats – ícone da viticultura daquele país – mas várias outras castas. E algo que me chamou atenção foram alguns vinhos tintos que recebiam um corte de vinho branco – isso mesmo, vinho branco adicionado no vinho tinto – resultando em experiências bem interessantes.
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Resgato tal passagem porque esta semana provei um corte nessa linha, o Casa Valduga Terroir Exclusivo Syrah Viognier 2020, que leva 86% da tinta Syrah com 14% da branca Viognier, elaborado com uvas advindas da Serra do Sudeste, em Encruzilhada do Sul/RS. Apresentou um linda cor rubi violácea que preenche a taça com seu brilho. Pronunciou aromas frutados com amoras, groselhas e ameixas, toque floral, leve herbáceo, pimenta-negra e final tostado. Em boca é seco, fresco, equilibrado na fruta com a madeira, com amplo final, taninos redondos, leve picância, acidez presente e muito gastronômico.
Esse vinho repousou oito meses em barricas de carvalho francês e mais seis meses em cave antes de vir ao mercado. Vai bem na companhia de carnes vermelhas, legumes com recheio de guisado bovino, cordeiro na brasa, queijos média cura e charcutaria em geral.
Possui 13% de graduação alcoólica e o ideal é degustá-lo na temperatura de 15 a 17 graus.
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E lembre-se: se beber, NÃO DIRIJA!
A vida é como cozinhar: antes de escolher o que gosta, prove um pouco de tudo.
Ditado popular
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