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SANTA CRUZ

Recomeçar mantém o ritmo de atendimentos durante a pandemia

Foto: Rafaelly Machado

Manutenção dos serviços no Centro Terapêutico tem um custo mensal de R$ 70 mil

Uma nova oportunidade para dependentes químicos e alcoólatras. Esse é o objetivo do Centro de Tratamento Terapêutico Recomeçar, localizado em uma área de 1,5 hectare no Bairro Aliança, em Santa Cruz do Sul. Em atividade desde 2009, a comunidade terapêutica conta com 27 residentes em uma capacidade para 50 no total.

Mesmo durante a pandemia, as atividades foram mantidas. A administração precisou fazer adequações. O único caso registrado de Covid-19 foi de um funcionário, que acabou afastado. A principal dificuldade enfrentada atualmente é o alto custo de operação. São R$ 70 mil mensais para manter a infraestrutura, a folha de pagamentos com 19 colaboradores multiprofissionais e o programa terapêutico de até 90 dias por pessoa.

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Fora os gastos fixos, há outras demandas que envolvem investimentos pontuais, como reparos e melhorias. Placas solares e um poço artesiano ajudam na redução de custos. “O município colabora com mais de 90%. Mas o valor repassado é variável, depende de um fluxo de caixa”, explica o administrador Roberto Moura.

Ações dos clubes de serviços como Lions e Rotary contribuem com a operação, por meio de campanhas de agasalhos e alimentos, por exemplo. A conta para doações é 01243-2, da agência 0156 do Sicredi.

Com 19 colaboradores multiprofissionais, local tem capacidade para atender 50 pessoas

Atividades diárias fazem parte do tratamento

Além do acompanhamento de profissionais da saúde, os residentes contam com uma rotina estabelecida, composta por diversas atividades. As pessoas ingressam no programa por meio do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD), que regula as vagas. É necessário ter o cartão SUS de Santa Cruz do Sul. Outra possibilidade é o ingresso particular. Dessa forma, pessoas de outros municípios são aceitas.

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A infraestrutura é composta de alojamentos, consultórios, sanitários, salas administrativas, salas de encontros, cozinha, refeitório e uma área externa com campo de futebol, cancha de bocha, churrasqueira e horta. “Temos três aspectos fundamentais: dependências adequadas, equipe multiprofissional e um reconhecido programa terapêutico”, enfatiza o psicólogo Antônio Weber. Cada residente recebe cinco refeições por dia e alguns auxiliam na preparação. Todos são acompanhados de perto pela assistente social da Recomeçar, Flávia Schaefer. A equipe ainda conta com estagiários do Ensino Superior e voluntários.

Henn: atenção com famílias e pacientes

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Em 2019, foi sancionada uma lei que autoriza a internação involuntária (sem consentimento) de dependentes químicos sem a necessidade de autorização judicial. Com isso, o centro está em processo de adaptação para acolher residentes nesta condição. “Temos uma preocupação muito grande com a família. Então mantemos um atendimento para ajudar as famílias no convívio com os pacientes”, detalha o presidente Raul Henn.

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Desde 1994, quando iniciou como Unidade de Tratamento do Alcoolismo do Vale do Rio Pardo (Utravarp), cerca de 5 mil pessoas já passaram pelos programas terapêuticos desenvolvidos. “Aqui salvamos muitas vidas”, destaca Henn. Uma data importante para a instituição é 26 de junho, o Dia Internacional de Combate às Drogas, quando ações de conscientização são realizadas.

Segundo ele, não há risco do prédio ser leiloado por dívidas antigas. “Uma equipe jurídica está tratando da questão. Tem relação com a antiga legislação relacionada aos fins filantrópicos. Mas o prédio não corre risco de ir a leilão”, garante.

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