O Índice Geral de Preços (IGP-M) acelerou fortemente em maio, a 4,10%, de 1,51% em abril, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na sexta-feira, 28. No ano, o indicador alcançou 14,39% e avançou a 37,04% em 12 meses, de 32,02% até abril. Essa taxa é a maior desde o Plano Real, superando o acumulado de 32,97% de abril de 2003.
Na abertura do IGP-M de maio, houve aceleração em todos os índices. A mais significativa ocorreu no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), de 1,84% para 5,23%. Em 12 meses, o IPA já alcança 50,21% de encarecimento. O Índice de Preço ao Consumidor (IPC-M) avançou de 0,44% para 0,61%, chegando a 7,36% no acumulado em 12 meses até maio. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) passou de 0,95% para 1,80%, com 14,62% em 12 meses.
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Cinco das oito classes de despesa componentes do Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) registraram acréscimo em suas taxas em maio. A principal contribuição foi de Habitação, de 0,39% para 1,16%, com destaque para tarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou de 0,06% em abril para 4,38% em maio, principalmente devido ao acionamento da bandeira vermelha 1.
Também apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos Vestuário (-0,03% para 0,45%), influenciado por roupas (0,01% para 0,57%); Educação, Leitura e Recreação (-0,76% para -0,59%), com boneca (-0,30% para 1,40%); Alimentação (0,19% para 0,31%), pressionado por hortaliças e legumes (-4,29% para 0,43%); e Comunicação (0,36% para 0,67%), com destaque para combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,72% para 1,35%).
Em contrapartida, registraram desaceleração os grupos Transportes (1,03% para 0,75%), beneficiado por gasolina (3,03% para 1,03%); Saúde e Cuidados Pessoais (0,99% para 0,89%), com artigos de higiene e cuidado pessoal (1,33% para 0,09%); e Despesas Diversas (0,37% para 0,19%), influenciado por serviços bancários (0,36% para 0,10%).
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Influências individuais
Segundo a FGV, os itens que mais contribuíram para aceleração do IPC-M em maio foram, além de energia elétrica e gasolina, plano e seguro de saúde (0,83% para 0,84%), condomínio residencial (0,39% para 1,10%) e automóvel novo (1,06% para 0,94%). As principais influências individuais de baixa foram passagem aérea (-6,57% para -6,98%), mamão papaia (5,34% para -13,05%), manga (11,83% para -13,19%), banana-prata (-2,39% para -5,65%) e banana-nanica (-9,80% para -12,16%).
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IPAs
A aceleração de 1,84% para 5,23% do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) foi a grande responsável pelo avanço significativo do IGP-M entre abril e maio. No mês, tanto o IPA agropecuário quanto o industrial pressionaram fortemente, com taxas superiores a 5,00%.
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Os produtos agropecuários ganharam força de 1,75% para 5,17% e os industriais, de 1,88% para 5,25%. Em 12 meses, o aumento do IPA está na casa de 50%. A taxa é de 50,21% para o índice geral, 56,68% para o agropecuário e 47,81% nos itens industriais.
“Os preços de commodities importantes voltaram a pressionar a inflação ao produtor. Em maio, o IPA avançou 5,23%, sob forte influência dos aumentos registrados para minério de ferro (de -1,23% para 20,64%), cana-de-açúcar (de 3,43% para 18,65%) e milho (de 8,70% para 10,48%). Essas três commodities responderam por 62,9% do resultado do IPA”, explica André Braz, coordenador dos Índices de Preços.
Com pontuado por Braz, a alta mais significativa entre os estágios de produção ocorreu em Matérias-Primas Brutas, que registrou aumento de dois dígitos em maio. A aceleração foi de 1,28% em abril para 10,15% neste mês. Além do minério de ferro e da cana de açúcar, a FGV também destaca a soja em grão (1,23% para 3,74%). Em sentido oposto, a instituição cita os itens bovinos (3,09% para 0,41%), leite in natura (2,08% para 1,24%) e laranja (-1,78% para -4,16%).
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O ritmo de alta de Bens Finais também se elevou entre abril e maio, de 1,11% para 1,59%. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 2,03% para 2,98%, no mesmo período. Já os Bens Intermediários tiveram algum alívio no mês, de 3,16% para 2,59%. Neste caso, o principal responsável foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo porcentual passou de 5,08% para 0,06%.
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