Em uma missão no Oriente Médio nesta terça-feira, 25, o secretário do Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, prometeu que Washington fornecerá ajuda para a reconstrução da Faixa de Gaza como parte dos esforços para manter o cessar-fogo firmado entre o grupo islâmico do Hamas e Israel.
Na esperança de reverter uma política adotada pelo ex-presidente Donald Trump que irritou os palestinos, Blinken disse que os Estados Unidos avançariam o processo de reabertura de seu Consulado em Jerusalém, que servia como canal diplomático com os palestinos.
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Falando ao lado do presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, Blinken disse que Washington enviaria US$ 75 milhões adicionais em ajuda econômica aos palestinos em 2021, US$ 5,5 milhões em alívio imediato para Gaza e US$ 32 milhões para a agência de ajuda aos palestinos da ONU, com sede lá.
“Sabemos que para prevenir o retorno da violência temos de usar o espaço criado para abordar um conjunto maior de questões subjacentes e desafios”, disse.
Blinken reiterou que Washington pretende garantir que o Hamas, grupo que os americanos consideram terrorista, não irá se beneficiar da ajuda humanitária – uma tarefa potencialmente difícil em um enclave sobre o qual ele exerce forte controle. Ele disse que se a ajuda fosse distribuída corretamente, a estratégia pode enfraquecer o Hamas. “O grupo prospera no desespero, na miséria e na falta de oportunidade”, disse Blinken.
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Em uma entrevista coletiva no fim do dia, Blinken também alertou contra as ações de Israel ou dos palestinos que podem incitar tensões ou, em última análise, minar a solução de dois Estados que voltou a ser defendida pelos Estados Unidos após o fim do governo Trump.
Tais ações, segundo ele, incluem atividades de assentamento israelense em território ocupado onde os palestinos buscam estabelecer um Estado, possíveis expulsões de palestinos de Jerusalém Oriental e incitamento à violência militante do lado palestino. O cessar-fogo, mediado pelo Egito e coordenado com os Estados Unidos, entrou em vigor na sexta-feira após 11 dias dos piores combates entre militantes palestinos e israelenses em anos.
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Centenas de ataques aéreos israelenses mataram pelo menos 254 pessoas em Gaza e feriram mais de 1,9 mil, disseram médicos palestinos, além de destruírem ou danificarem edifícios comerciais, torres residenciais e casas particulares em todo o minúsculo enclave costeiro.
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Os militares israelenses estimaram em 13 mortos em Israel, com centenas de feridos por disparos de foguetes do Hamas de Gaza que causaram pânico e enviaram pessoas a abrigos em locais mais distantes do enclave, como a cidade de Tel-Aviv.