A Secretaria da Saúde (SES) começa a expandir para o interior, nesta segunda-feira, 24, a imunização contra o coronavírus com a vacina Comirnaty/Pfizer-Biontech. Nesta primeira remessa, a SES irá distribuir 80.844 doses (do total de 108.264 em estoque) para 407 municípios. Além das vacinas, os municípios recebem seringas e diluentes (soro fisiológico).
“Os municípios que recebem as doses nesta segunda nos garantiram estar com equipes técnicas e de vacinadores capacitadas para aplicar as vacinas da Pfizer com agilidade, o que é fundamental para não corrermos o risco de desperdiçar doses. Alguns não querem receber agora porque ainda têm bom estoque das outras vacinas, inclusive Coronavac para segunda dose, ou então acham que precisam investir mais em capacitação”, explicou a secretária da Saúde, Arita Bergmann.
As doses da Pfizer serão entregues vias terrestre e aérea. A 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), com sede em Santa Cruz do Sul, poderá retirar a remessa no fim da manhã, por via terreste. Os quantitativos dos municípios que optaram por não receber as vacinas da Pfizer nesta segunda, 24, ficarão reservados na Ceadi para entrega posterior.
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Na semana passada, a Secretaria Estadual da Saúde realizou treinamentos, via videoconferência, para capacitar equipes de imunizações de municípios. O treinamento específico para a vacina da Pfizer foi necessário por essas doses terem características específicas e diferenciadas de armazenamento, manuseio e aplicação. Os municípios receberão suas doses refrigeradas (entre 2°C e 8°C). Nesta temperatura, as doses podem ficar por até cinco dias (120 horas).
Por essa limitação, a orientação do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) é que os municípios realizem agendamento prévio das pessoas a serem imunizadas. Da mesma forma, não é recomendada a estratégia de vacinação fora de Unidades Básicas de Saúde, como em drive-thru. Na sala da vacina, após o frasco ser tirado do refrigerador e diluído, as doses dever ser aplicadas em até seis horas.
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As doses da Pfizer chegam ao Brasil em caixas de transporte específicas, com isolamento térmico e gelo seco que permite a manutenção de temperaturas entre -90°C e -60°C por até 30 dias. Em freezers, com temperatura entre -25°C e -15°C, o armazenamento pode ser por até duas semanas. Em freezers de temperatura ultrabaixa (entre -80°C e -60°C) as doses podem ficar por até seis meses.
Após sair da fábrica, estando nas caixas térmicas ou nos freezers de -25°C a -15°C, o lote pode ser levado de volta a um ultrafreezer, reassumindo a validade original de seis meses. Essas temperaturas mais baixas do que precisam as doses das demais fabricantes são necessárias pois a vacina da Pfizer tem menos conservantes.
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Público-alvo
As vacinas da Pfizer que serão distribuídas nesta segunda, 24, devem ser utilizadas para primeira dose de pessoas com deficiência permanente que tenham entre 18 e 59 anos cadastradas no Benefício assistencial à pessoa com deficiência (BPC) do Governo Federal (estimadas em 42.570 pessoas), pessoas com comorbidades na faixa etária de 38 e 39 anos (58.994 pessoas, sendo que acima dessa idade já tiveram doses disponibilizadas pelo Estado) e gestantes com comorbidades e/ou gestantes sem comorbidades que apresentem indicação médica de avaliação dos riscos e benefícios.
Informações sobre as doses da Pfizer:
- Podem vir rotuladas como Pfizer-Biontech, se produzidas na Bélgica, ou Comirnaty, que é o nome comercial usado na fábrica dos Estados Unidos. A vacina é distribuída no Brasil com embalagem em inglês, mas a empresa dispõe de um site em português com conteúdos para profissionais de saúde (comirnatyeducation.com.br).
- Cada frasco tem capacidade para seis doses. Ele vem com 0,45 ml do produto, que para a aplicação precisa de diluição de mais 1,8 ml de soro fisiológico.
- É uma vacina do tipo RNA mensageiro (mRNA), ou seja, usa parte de uma sequência do código genético do vírus como se fosse uma “receita” para o organismo produzir anticorpos.
- Estudos clínicos comprovaram uma taxa de eficácia de 95% após as duas doses.
- No Brasil, a orientação do Ministério da Saúde é de um intervalo de 12 semanas (cerca de três meses) entre a primeira e segunda doses.
- Reações adversas mais comuns incluem dor no local da aplicação, fadiga e dor muscular (raramente chegando a apresentar febre), que costuma aparecer em até 24 horas e apresentar melhora em até 48 horas.
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