Seis apenados do Presídio Regional de Santa Cruz do Sul receberam, nessa terça-feira, 18, certificado de conclusão de curso de Eletricidade Residencial e Predial. A capacitação de 50 horas/aula, ministrada pelo voluntário Auri Back, foi oferecida pelo projeto que a Igreja Universal realiza dentro de casas prisionais. A ação social é fiscalizada pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e pelo Conselho da Comunidade do Presídio de Santa Cruz.

Mais do que oferecer uma atividade extra aos detentos, o projeto tem o objetivo de oportunizar o aprendizado de um novo ofício. A ideia é que, quando os detentos voltarem à liberdade, sejam reinseridos na sociedade e possam ingressar no mercado de trabalho.

O diretor do Presídio Regional de Santa Cruz do Sul, Cássio Roberto Bandeira, explica que os presos que participam de cursos já trabalham na cozinha geral e no serviço externo. “Temos um processo de seleção e uma série de etapas. O detento fala com assistência social, com psicóloga e passa pela chefia de segurança.”

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Presente no ato da formatura, a delegada da 8ª Delegacia Penitenciária Regional, Samantha Longo, agradeceu o empenho dos apenados e o envolvimento dos voluntários. “É tão difícil ter pessoas que queiram se envolver com o trabalho prisional, porque há um preconceito muito grande. Nos sentimos abençoados por ter pessoas que estão despidas desse preconceito e que agregam na mudança de vida de pessoas. Vocês podem escolher mudar ou não e mudaram a vida de vocês quando escolheram participar. Uma união de esforços resultou nesse momento, essa formatura é um ato simbólico de muita importância.”

“Quero levar esse aprendizado comigo”
A formatura foi encerrada com uma breve apresentação de dois apenados que falaram sobre tópicos aprendidos durante o curso. Um deles, que antes de ingressar no sistema prisional já havia trabalhado como eletricista, comentou que o curso auxiliou na atualização sobre o assunto. “Quero levar esse aprendizado comigo quando eu sair daqui, porque eu gosto de trabalhar nisso. Eu amo trabalhar em elétrica, sou curioso sobre o tema, quero sair e me atualizar mais”, salientou o detento de 32 anos. Ele também foi o responsável por reformar a parte elétrica de uma cela, recentemente, já colocando em prática o que aprendeu.

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Outro apenado, de 25 anos, disse que tem vontade de voltar para casa e reparar o erro que cometeu. “Agradeço a todos que acreditam na gente.” Com previsão de progredir de regime em novembro, um detento de 33 anos destaca que vai utilizar o curso para realizar alguns ajustes na própria casa. “É um curso que a gente leva para a vida, é um aprendizado. Quando eu montava o painel para a apresentação, eu lembrava da minha casa, de coisas que, quando eu sair, vou poder fazer.”

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