O Internacional foi derrotado por 2 a 1, de virada, no Gre-Nal 431. O resultado obriga o Colorado a vencer ao menos por um gol de diferença na Arena para levar a decisão do título gaúcho à disputa de pênaltis. O jogo será domingo, 23, às 16 horas.
O técnico Miguel Ángel Ramírez creditou a derrota ao cansaço. “A sequência de partidas pesa as pernas. Nos últimos minutos, não podemos trocar todos. Jogar tão seguido é óbvio que pesa. Pesam as pernas e a cabeça. Não se permite que se pense com clareza. Em uma eliminatória de 180 minutos, sabíamos que tínhamos que fazer gols e não tomar. Fizemos o primeiro e fomos em busca do segundo (contra o Grêmio). Há dias que as chances não são convertidas. Nas duas últimas partidas, não foram”, justificou.
Apesar das derrotas recentes, o treinador acredita em uma retomada da confiança. A equipe joga na quinta-feira, 20, diante do Olimpia, em Assunção, a partir das 21 horas. Uma derrota dificulta a classificação para as oitavas de final da Libertadores. “Tenho que eleger os pensamentos. Posso pensar nas duas derrotas seguidas ou pensar de uma maneira mais positiva. Temos o jogo de volta. Com um gol, já igualamos a disputa. Na Libertadores, temos duas partidas em que dependemos somente de nós. Prefiro pensar assim. Isso me dá energia e é isso que vamos transmitir aos jogadores”, afirmou.
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Foi a segunda derrota em dois Gre-Nais disputados sob o comando de Miguel Ángel Ramírez em 2021. Mas o retrospecto negativo recente vai muito além do treinador espanhol. Nos últimos 20 jogos contra o Grêmio, o Inter venceu apenas três, empatou sete e perdeu 10. O aproveitamento é de 26,66%. “Creio que essa afirmação (saber ganhar Gre-Nais) é demasiada distante da realidade do que pode ocorrer no futebol. Não se pode dizer que nunca acontecerá uma coisa. Ao final, tanto Ed quanto Rodrigo, após uma derrota, têm esse incômodo primeiro. Segundo, há a capacidade de análise suficiente. (O time) acaba de perder uma partida e seguramente, no calor do jogo, falta informação para certos juízos. Creio que fomos capazes de fazer o que treinamos. Nesse tipo de partida, contra o rival, o detalhe pode decidir”, declarou.
Para ele, a ampla vantagem gremista no clássico desde 2016 não vai interferir no vestiário. “São vocês (jornalistas) que têm esse pensamento, apontam o ruído. O plantel, o clube, não fica na semana pensando assim. É mais um ruído externo que aparece. A nós cabe escutar ou não. Eu prefiro não escutar. Não escuto nada, não vejo nada. Não tenho esse pensamento. Vivemos o último”, assegurou.
Questionado sobre Caio Vidal ser reserva, apesar de ter melhor rendimento em campo, o treinador frisou que nem sempre os melhores irão jogar. “Caio precisa jogar com espaço grande. Vimos isso no ano passado. Pela característica que o Inter jogava. Precisa de campo. Ele é bom nisso. Nossa forma atual de jogar tem menos espaços. Nem sempre os melhores vão jogar, mas sim os que tem melhor perfil para o jogo”, explicou.
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Bastante criticado pela torcida por meio das redes sociais, o zagueiro Zé Gabriel foi defendido pelo treinador. “Creio que esse juízo é errôneo e injusto. Não é ele quem está cometendo mais erros. Eu vi todo o último jogo de novo e digo que ele está tendo um rendimento positivo. Além disso, tenho a informação do dia a dia, do treinamento e da capacidade de compreensão do que estamos pedindo e quem está desempenhando melhor é o Zé Gabriel. Eu sei as razões porque ele está jogando”, disse.
Paulo Bracks fala em alinhamento de rota
O executivo Paulo Bracks afirmou que será preciso foco no dia a dia de trabalhos para buscar correções e disse que o departamento de futebol terá de agir rápido para tomar medidas caso a “rota” não esteja na “linha que entendemos”. “Nesses momentos de resultados adversos tem que se trabalhar mais, dar confiança, tem que enxergar e corrigir os erros. Com mais trabalho se tem mais diagnóstico. Se a rota não está na linha que entendemos, temos que agir de forma rápida, segura, firme, dentro do CT, do vestiário. Hoje afirmo em nome do clube que temos confiança e convicção no trabalho que todos estamos fazendo. Se nos colocamos nessa situação, vai ser com esse grupo, diretoria, comissão que vai nos tirar disso”, apontou.
Bracks garante que há total convicção no trabalho desempenhado pelo treinador até aqui. E que mudanças radicais estão descartadas. “É um trabalho diário. Não é trabalho distante. É trabalho muito próximo. Diretoria e comissão em reuniões diárias. Tem encontros fixos na agenda para tratar de pré-jogo. Evidentemente todos estão abertos visando o principal. Ganhar, voltar a ser protagonista. Entendo que haja crítica. A gente está muito tranquilo, seguro, convicto sobre o que está sendo feito. Vamos trabalhar mais ainda para manter essa confiança, a serenidade. Nosso papel também é dar estabilidade”, declarou. “Estamos seguros e convictos. Em absoluto a gente vai ter mudança radical. Essa ruptura, a gente já teve. Estamos trabalhando para que tenha continuidade. Vamos dar todos os elementos para que o Inter alcance suas metas”, complementou.
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Edenilson concede entrevista para justificar declaração
O volante Edenilson reclamou do posicionamento da equipe na saída de campo e desabafou. “Nos expusemos demais. Clássico é detalhe. Tinha que baixar um poucos as linhas. Faltou um pouco de inteligência. Acertar durante a semana para não ficar exposto”, disse. “É acertar durante a semana para que não se repita na próxima partida. Temos a Libertadores antes, onde temos de estar totalmente focados”, pontuou.
Nesta segunda-feira, o jogador concedeu uma entrevista coletiva para falar sobre a declaração. “No calor do momento e indignado com a derrota, acabei tentando fazer uma avaliação da partida que a gente sofreu a virada. Mas longe de falar do esquema do treinador ou da forma de jogar. Quis dizer que naquele momento estávamos expostos, sem conseguir jogar, oferecendo contra-ataques para o rival. No vestiário conversamos todos e nos cobramos. Resolvemos chegar aqui hoje para trabalhar e melhorar isso”, explicou.
O jogador reforçou que o grupo é qualificado e preparado para executar qualquer função exigida. “Vejo muita gente falando que o problema é o grupo. Mas nós somos um grupo que trabalha todos os dias. E tenho certeza que é um grupo que é capaz de fazer tudo o que é pedido”, afirmou.
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