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CRISE

Mais despesas e menos movimento: os efeitos da pandemia nos salões de beleza

Foto: Alencar da Rosa

Marcelo sente os efeitos da pandemia em seu negócio, mas não quer aumentar o preço

Além da crise sanitária, a pandemia traz outros efeitos negativos à população, dentre os quais o aumento do custo de vida. Para quem empreende a situação não é diferente. Os materiais utilizados em diferentes serviços oferecidos ao público também tiveram elevação de preços e aumentaram o custo de quem precisa trabalhar mesmo em época de pandemia. Por força da diminuição da circulação de pessoas e do momento difícil da economia, muitas vezes o prestador de serviços é obrigado a reduzir o seu ganho para seguir atendendo os clientes.

É o caso do cabeleireiro Marcelo Kenne da Costa, de 39 anos, que atende no Shopping Santa Cruz. Com mais de um ano de pandemia, o profissional se viu obrigado a manter os preços que cobrava pelo corte de cabelo e barba para não afastar os clientes. Com as restrições ao funcionamento impostas pelos decretos de distanciamento social, Marcelo viu o movimento de seu empreendimento reduzir em cerca de 25%, enquanto os preços dos materiais que utiliza em seu salão só aumentam. “Fica difícil repassar esse custo para o meu cliente. Como trabalho aqui no shopping, havia muitas pessoas que estavam a passeio e vinham cortar o cabelo ou fazer a barba. Consegui manter meus clientes fiéis, mas esse público de visitantes que deixou de vir para o shopping eu perdi”, explica.

Marcelo dá o exemplo de um item que teve um crescimento exponencial de preço em virtude da Covid-19. “A caixa com 100 unidades de luva descartável, que eu usava mesmo antes da pandemia para fazer a barba dos meus clientes, passou de R$ 26,00 para R$ 150,00. Sem falar nos demais custos, como a esterilização dos materiais. Antes eu utilizava o álcool em gel, agora uso também a autoclave, que é um equipamento utilizado também por tatuadores e esteticistas”, conta Marcelo. Segundo ele, além de aumentarem de preço, muitas vezes os materiais estão em falta. Com os custos extras que teve em função da pandemia, calcula que o aumento médio de gastos mensais em seu empreendimento chega a 20%.

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Preço das luvas descartáveis, muito utilizadas na barbearia, disparou com a Covid-19 | Foto: Alencar Rosa

Mais despesas e menos movimento

A profissional da área da estética Elenice Sortica, de 33 anos, é esposa de Marcelo e mantém um salão de beleza ao lado da barbearia do marido, no shopping. Para ela, que trabalha na área há 13 anos, a situação também é preocupante. Elenice relata que desde a primeira restrição de funcionamento, ainda no ano passado, teve que dispensar funcionárias aos poucos. Hoje trabalha sozinha no seu salão de beleza, estética e esmalteria. “Quando deu o primeiro lockdown, que durou quase um mês, eu tinha três funcionárias e tive que voltar com duas. Como são todas autônomas, tiveram que procurar trabalho com o salão fechado. Depois foram as outras duas manicures e, hoje, optei por trabalhar sozinha, com atendimentos bem espaçados e higienização.”

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Mesmo com a queda de 50% na procura pelo serviço, Elenice teve de investir em um totem com álcool em gel em seu estabelecimento. Ela relata que produtos comuns em seu salão, como acetona, esmaltes e sprays de cabelo e quase todos os insumos que utiliza em seus atendimentos, apresentaram aumento de preço. O custo sairá de seu bolso, pois em época de pandemia, cada real adicionado ao preço do serviço pode significar a perda de um cliente. “Em março sempre tem reajuste de valores, mas hoje aumentou muito para nós. Este ano eu não fiz reajuste. Muitas clientes não fazem o cabelo para ficar em casa. No lockdown tiraram os alongamentos, por exemplo, e não vêm fazer a manutenção”, relata a profissional. Elenice calcula que o aumento de seu custo, com a pandemia, chegou à faixa dos 20% aos 30%, despesa que não será repassada aos clientes.

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