Anualmente, consumimos quilos e mais quilos de tecidos. Seja em roupas, acessórios ou artigos para a casa, os tecidos fazem parte do nosso dia a dia e causam um impacto maior do que podemos imaginar. O jeans, por exemplo, é o tecido que mais utiliza água em sua fabricação. Para a produção de apenas uma calça jeans são utilizados 135 litros de água. Por isso, em tempos em que muito se fala sobre sustentabilidade, existem empresas preocupadas com a responsabilidade social e com os efeitos que sua produção pode causar no meio ambiente e na vida das pessoas. Desde a escolha das matérias-primas até o descarte das peças após o uso, existem roupas que foram pensadas para minimizar os impactos no mundo em que vivemos.
Alessandra Varanda, 35 anos, comanda a segunda geração da Feranda, marca referência em jeans no país que, desde a sua fundação, em 1970, têm se preocupado com a questão do meio ambiente. Hoje, a Feranda é a primeira do estado do Rio de Janeiro a apresentar a lavagem de todos os seus jeans com ozônio. O resultado é a economia de cerca de 85% de água. A água que é utilizada durante o processo ainda passa por tratamento para ser reutilizada. A técnica é realizada por uma máquina de ozônio específica para a ação, que promove a lavagem do índigo à seco ou aplica o gás na água para deixar o jeans no ponto sugerido pela estilista. Ao final, não só são economizados milhares de litros de água e produtos químicos, como o tempo de vida útil das peças é otimizado, pois, sem o atrito com a água, o desgaste do tecido é menor.
No processo convencional de lavagem é necessário adicionar produto químico à água para descolorir ou realizar qualquer outro procedimento na lavagem do jeans. Em seguida, o tecido é lavado com uma quantidade de água ainda maior, para que sejam retirados todos os resíduos que foram deixados. A lavagem com ozônio diminui em grande escala o número de enxagues necessários, reduzindo a quantidade de água utilizada no processo.
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“Desde a fundação da marca, muito antes de surgir toda essa conversa sobre sustentabilidade, meus pais já se preocupavam em não agredir o meio ambiente. Sempre tivemos lavanderia própria, para que pudéssemos tratar a água e reutilizá-la. Em 1993, meu pai também investiu mais de 800 mil reais em um sistema de tratamento de água que diminuía o envio de resíduos para os afluentes após a produção do jeans”, conta Alessandra, que completa: “Hoje, me encontro de frente com o desafio de dar continuidade ao legado que meus pais deixaram”.
Há 45 anos, a Feranda foi criada pelo comerciante Álvaro Fernando Varanda e a costureira Iza Fernandes, com poucos recursos e muita criatividade. O objetivo era produzir e comercializar jeans feminino exclusivamente para a denominada “moda jovem”, pouco explorada até então no Brasil. A modelagem diferenciada e o alto padrão de qualidade da marca logo conquistaram o público e a tornaram referência no segmento.
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