Você sabia que segundo uma pesquisa do psicólogo norte-americano, especialista em casais. John Gottman, 69% dos problemas em um casamento não tem solução? Portanto, pode ser mesmo difícil fazer com que ele abaixe a tampa da privada depois de usá-la ou que ela não deixe os fios de cabelo no box do banheiro.
Assim, a recomendação dos especialistas para evitar brigas desnecessárias em um relacionamento amoroso é saber escolher que tipo de conflito pode ser solucionado e aqueles que não merecem atenção. Será que isso é possível?
“Tentar resolver problemas insolúveis é perda de tempo e só vai desgastar a relação. Mas, alguns conflitos podem oferecer uma oportunidade para compreender melhor o outro, a dinâmica do relacionamento e, claro, para o amadurecimento do casal e da própria relação”, explicam as psicólogas e terapeutas de casais, Denise Miranda de Figueiredo e Marina Simas de Lima, cofundadoras do Instituto do Casal.
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Com a ajuda delas elaboramos 9 dicas de como os casais podem fazer das discussões de relacionamento um exercício de conhecimento e desenvolvimentol. Confira:
- Estado emocional: Para começar a gerenciar um conflito, é preciso que ambos estejam calmos. Entrar numa discussão como os nervos à flor da pele não é uma boa ideia. Além da possibilidade de dizer coisas das quais podemos nos arrepender, a atenção não estará 100% no momento. Então, o ideal é escolher um momento em que ambos estejam mais tranquilos.
- Pausa: Claro que ninguém é de ferro e pode ser que a discussão fique mais acalorada. Neste momento, recomendamos uma pausa. Tomar um café, respirar profundamente e aí sim retomar a conversa.
- Escuta ativa: O casal precisa exercitar a escuta ativa. Isso quer dizer que não basta ouvir o que o outro tem a dizer, é preciso escutar e interiorizar o diálogo, prestar atenção de verdade, é um ótimo exercício de empatia, ou seja, como eu me sentiria se estivesse no lugar dele (dela)?
- Sem interrupções: Cada um deve ter seu momento de falar, sem interromper o outro. Essa é uma ótima maneira de exercitar o respeito.
- Dê exemplos: Se o (a) parceiro (a) fez algo que você não gostou, dê exemplos. “Não gostei do que você fez, falou, etc.”. Dê a solução em seguida: “Por favor, peço que não faça isso novamente, pois eu fiquei magoado (a). Lembre-se: o outro não pode adivinhar nossos pensamentos ou sentimentos se não os mostrarmos.
- Use a linguagem corporal: Durante a discussão, procure usar a linguagem corporal a seu favor, como acenar com a cabeça, olhar nos olhos, tocar. Há pessoas que ouvem o outro em silêncio, mas podem indicar que estão prestando atenção por meio dos sinais não verbais. Nada mais desagradável que ter a impressão de que o outro menospreza o que você diz.
- Feridas abertas: Se o conflito é sobre uma quebra de confiança ou algo mais grave, o cuidado deve ser redobrado. Normalmente, são conflitos sem solução. Então, é importante expressar os sentimentos, mas lembrar que cada um tem seu ponto de vista e compreender como o casal pode conviver com a questão.
- Peça desculpas: Se você errou, peça desculpas de forma verdadeira. Independente se você concorda ou não, se ele (ela) expressar mágoa ou ressentimento sobre algo que você fez, pedir desculpas pode ser a solução para este conflito. Assuma a responsabilidade.
- Do que o outro precisa: Na correria do dia a dia pode ser difícil perceber as necessidades do outro e isso pode fazer toda a diferença na relação. Esta percepção depende da intimidade, do quanto você conhece seu (sua) parceiro (a). Então, nada melhor do que perguntar o que faria o outro se sentir melhor.
O diálogo aberto e constante é essencial dentro do casamento. O casal que consegue conversar sobre o relacionamento de forma regular aprende a gerenciar os conflitos de forma mais assertiva, assim como a aceitar as diferenças de personalidade e a reconhecer as necessidades um do outro”, comenta Denise.
“Isso não quer dizer, claro, que os conflitos não irão aparecer. Mas, com certeza, este casal saberá gerenciá-los muito melhor e terá a oportunidade de entender que pontos de vista são diferentes e as diferenças são importantes dentro da construção de um relacionamento feliz e saudável”, comenta Marina.
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“Passar a conversar mais e a usar técnicas de negociação de conflitos é um enorme passo para a solidificação de um relacionamento amoroso. É olhar o mundo sob a perspectiva do outro, encontrando maneiras de conciliar sonhos e projetos e, claro, entender que o casamento é construído em cima de diferenças, muito mais do que de semelhanças”, concluem as especialistas.