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Alerta

Acumular objetos e animais pode se tornar um transtorno mental

Você conhece alguém que gosta de acumular objetos, pegar todos os animais abandonados ou fazer coleções imensas de itens inusitados? Em caso positivo, preste atenção: essa pessoa pode ter o Transtorno da Acumulação (TA). A necessidade de coletar intencionalmente objetos ou animais e a dificuldade de se desfazer das posses, juntamente com problemas para organizar o ambiente em que mora, são as principais características do TA.

Esse transtorno psiquiátrico ficou mais conhecido do público em geral graças ao programa “Acumuladores Compulsivos”, exibido em alguns canais da TV a cabo. Assistir aos episódios pode ser uma experiência chocante, já que o TA leva à pessoa a conviver com lixo, animais mortos, sujeira, odores insuportáveis e uma infinidade de objetos sem utilidade que acabam colocando a vida em risco e deixando a casa inabitável.   

Acumulação normal x patológica
Muitas pessoas podem guardar objetos que têm valor sentimental, ou ainda fazer coleções sem que isso seja uma doença. “O que diferencia o Transtorno da Acumulação de uma pessoa mais apegada aos bens materiais ou animas, por exemplo, é a gravidade do comportamento que pode levar a problemas com autoridades sanitárias, sofrimento psíquico, incapacidade para tralhar e isolamento social”, explica a psicóloga Carolina Marques, cofundadora da Estar Saúde Mental.

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Origem pode estar na infância
As pesquisas indicam que a origem do acúmulo pode estar na violência física, doença mental dos pais e privação afetiva na infância, assim como na privação material em algum momento da vida. Mas, a manifestação é mais aparente na meia idade e segue um padrão: costuma afetar pessoas que moram sozinhas, não trabalham e estão acima do peso. Além disso, o TA é duas vezes mais frequente em homens que em mulheres.

Tipos de acumuladores
Carolina explica que a acumulação tem diferentes perfis. “Os acumuladores que têm o chamado consumismo compulsivo costumam comprar enormes quantidades de um mesmo item, pegar doações e coletar objetos na rua. O prazer está no acúmulo e não no aproveitamento do objeto”, comenta.

“Já os acumuladores de animais são aqueles que coletam animais abandonados de forma compulsiva. São dúzias ou centenas de animais que acabam tendo um tratamento inadequado e vivem em condições insalubres. Este tipo é mais comum em mulheres de meia idade, solteiras e que vivem sozinhas”, diz a psicóloga.  

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Por fim, o acumulador colecionador é o que menos preocupa. A diferença entre um colecionador saudável e um acumulador patológico é que o primeiro escolhe um item especifico (camisetas, carrinhos, etc.) e o segundo coleciona qualquer objeto e apresenta dificuldades para organizar o ambiente em que vive.

Desapego é sinônimo de sofrimento
De acordo com Carolina, as pessoas que têm o Transtorno da Acumulação apresentam enorme dificuldade de se livrar de seus itens ou animais. “Eles não reconhecem como um problema, pelo contrário, eles colocam valores afetivos às coisas, tem uma conexão emocional com seus objetos ou animais. Com isso, são desenvolvidas crenças disfuncionais sobre o descarte, assim como pensamentos catastróficos, como por exemplo: – como vou viver sem isso, não terei dinheiro para comprar outro, etc.”, explica.  

Tratamento
Como é possível observar nos programas de TV, o tratamento é muito difícil. Os acumuladores são muito resistentes a se livrar do entulho, dos animais, etc. “Por isso, é importante que ao notar qualquer sinal que possa indicar a acumulação patológica, a família busque ajuda. Os acumuladores não percebem o problema, não tem motivação para tomar decisões, por isso a família é muito importante”, reforça Carolina. 

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A TCC é a abordagem mais aplicada atualmente para o TA, pois ela trabalha para quebrar as crenças disfuncionais sobre o acúmulo, além de ajudar na tomada de decisão e a desenvolver estratégias para diminuir a frequência dos hábitos de coleta. Como os acumuladores têm pensamentos distorcidos ou até mesmo catastróficos para se livrar de suas coisas, a psicoterapia ajuda a diminuir o sofrimento associado ao descarte.

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