A série americana Girlboos, da Netflix no ar desde abril, mostra a trajetória de Sophia Amoruso, gigante da moda que construiu um império em apenas 7 anos. Com um humor repleto de ironia, a história relata os percalços que a empresária passou para criar e organizar uma loja online de roupas. A série que foi baseada em um livro, redigido pela própria Sophia Amoruso, ganha destaque entre empreendedores que estão à procura deste segmento.
O último relatório da Webshoppers, divulgado recentemente, aponta que moda é o primeiro segmento no ranking do comércio eletrônico. O setor é o mais procurado por pessoas que buscam empreender e consumir/clientes. “Pode-se ter o conhecimento em moda (desenhar ou vestir), porém se não tiver noções básicas de administração e marketing será difícil desenvolver um e-commerce lucrativo”, explica o CEO da consultoria especializada em e-commerce, Dr.e-commerce, Thiago Sarraf.
Dentre as instruções citadas pelo especialista Sarraf estão: ser antenado e dar “alma” à loja virtual. O último ponto, mencionado pelo profissional, é uma das primeiras preocupações da personagem de Girlboss no começo do seu negócio. Sophia encontra uma jaqueta muito cara em um brechó e faz uma reprodução para a venda. Ou seja, a personagem faz uma “cópia” da peça, mas atribui também “personalidade”. “O gestor de um e-commerce deve dar individualidade a cada item que comercializa. O ideal é que cada loja virtual tenha sua própria identidade”, ressalta.
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Assim como Sophia Amoruso, que foi do lixo ao luxo, o brasileiro está interessado em se tornar empreendedor e ter uma vida financeira melhor. Em 2016 houve um aumento de 20% em abertura de empresas, de acordo com a Unitfour. Só as lojas virtuais faturaram cerca de 44 bilhões. Apesar dos números serem animadores ainda existem algumas dúvidas se abrir um e-commerce neste segmento é realmente vantajoso.
Sarraf junto com Paulo Fernandes, CEO da agência de Marketing Digital ABlab, desvendam em 4 passos se vale a pena investir em uma loja online no segmento da moda. Confira abaixo:
1. Devo sair na frente dos concorrentes no primeiro ano do meu e-commerce
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“Isso é um mito. O empreendedor do e-commerce deve monitorar os concorrentes e se possível à margem de lucro deles, porém investir em demasia as finanças para ficar à frente de outros e-commerces já consolidados é dar um tiro no pé”, esclarece Paulo Fernandes.
Para o especialista, o gestor do e-commerce deve destinar no início cerca de 30% do seu investimento para marketing digital – Mídias sociais e Link Building – mas não deve fazer um aporte excessivo sem um planejamento de longo prazo.
“No segmento de moda, as mídias sociais (Facebook e Instagram) fazem toda a diferença para captar clientes, mas o valor investido para esse fim deve ser pensado e calculado muito bem. Faça a captação de clientes aos poucos, use campanhas bem estratégicas, pois isso irá consolidar o nome da marca”, completa.
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2. Cuidado na escolha da plataforma do e-commerce
Esse ponto é um dos mais importantes para quem deseja montar uma loja online. “Muitos empreendedores acabam falindo, pois acreditam que montar um e-commerce é mais fácil comparado a loja física”, afirma Sarraf.
Segundo o profissional, a consultoria geralmente é acionada por pessoas que estão na berlinda com o e-commerce criado. “Para que o novo empreendedor não passe por uma situação complicada é importante destinar uma parte da verba para o planejamento do site antes do funcionamento”.
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O consultor ensina como vender online, desenvolver o site, e o principal: ajudar o gestor do e-commerce a estabelecer metas de curto, médio e longo prazo tangível.
3. Devo ter de tudo no meu e-commerce, assim agrado a todos os gostos
“Esse é um dos piores erros no segmento de vestuário. Para ter sucesso neste nicho é necessário estabelecer o público-alvo, o ticket médio, entre outros detalhes. Além disso, é essencial criar a proposta de valor a marca, a linguagem que será utilizada, identificar a imagem que o comércio quer passar ao consumidor, etc”, evidencia Sarraf.
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Ao invés de colocar inúmeros produtos no seu e-commerce, opte por uma única linha de trabalho e invista nas ações pontuais, como, por exemplo, o “Shop the look” que consiste em dar dicas de combinações para os clientes, além de conceder desconto no pacote completo adquirido. “O mais importante é optar por um estilo, monitorar as tendências e acompanhar a evolução do mundo virtual para manter a marca atualizada”, finaliza.
4. Fidelizar e captar clientes é o maior desafio do negócio
“No segmento de moda trabalha-se muito com mídias sociais e influenciadores, que são os novos formadores de opinião. Segmentos como moda, beleza e estética, necessitam de ações mais direcionadas. O Facebook e o Instagram dominam em termos de conversão de novos internautas para o perfil, site ou blog de determinadas marcas”, esclarece Fernandes, da ABlab.
Paulo afirma que captar clientes é mais difícil do que fidelizar. “É importante criar mecanismos para o cliente ficar fiel ao seu e-commerce, por isso o blog é sempre uma boa alternativa para o compartilhamento de novidades da marca, tendências de moda e promoções. É necessário manter os consumidores atualizados e confortáveis dentro do site, além do mesmo ser funcional”, complementa.