Uma pesquisa realizada pelo Instituto Avon, em parceria com o instituto de pesquisa Data Popular, sobre o relacionamento entre os jovens e a violência doméstica, mostra que 79% das jovens brasileiras já foram assediadas, receberam cantadas ofensivas, violentas e desrespeitosas ou foram abordadas de maneira agressiva em festas ou em locais públicos.
O estudo, realizado em 2014 com 2 mil mulheres e homens de 16 a 24 anos, nas cinco regiões do país, também revela que 44% das entrevistadas já foram assediadas ou tiveram o corpo tocado por um homem sem consentimento em festas. Além disso, 30% alegaram já terem sido beijadas à força.
Para o diretor executivo do Instituto Avon, Lírio Cipriani, os números reforçam que é preciso avançar nas discussões sobre gênero, principalmente no período do Carnaval, quando essas atitudes são frequentes. “É alarmante saber que grande parte das mulheres brasileiras já foram ou serão, de alguma forma, assediadas ou desrespeitadas. Este cenário precisa mudar e, para tanto, é preciso promover uma mudança cultural sobre o papel de cada um no enfrentamento a violência com a mulher e sensibilizar a população para importância da convivência pacífica e respeitosa entre homens e mulheres”, disse.
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Outro dado preocupante que a pesquisa revela é que 58% dos jovens que já transaram não usam preservativo em todas as relações sexuais e 37% das mulheres já deixaram de usar camisinha por insistência do parceiro. Para o presidente do instituto de pesquisa Data Popular, Renato Meirelles, chama a atenção o fato de que esses jovens têm amplo acesso à informação, já que praticamente todos conhecem a camisinha como método contraceptivo. “Mesmo assim, esses jovens assumem comportamentos de risco: só 4 em cada 10 jovens com vida sexual ativa usam preservativo em todas as suas relações. Isso mostra que só a informação não resolve, é preciso criar estratégias para contextualizar o uso da camisinha ao dia a dia desses jovens”, disse Meirelles.
Vá na moral ou vai se dar mal – O Instituto Avon é parceiro da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Bahia na campanha “Vá na moral ou vai se dar mal”, que irá mobilizar os foliões contra as agressões às mulheres durante o Carnaval de Salvador. O objetivo é conscientizar que atitudes como puxar o cabelo, beijar forçadamente, xingar, humilhar, forçar a fazer algo sem consentimento ou tirar a liberdade de ir e vir, recorrentes no Carnaval, são exemplos de violências de gênero.
Alguns dos principais artistas do circuito baiano, como Margareth Menezes, Leo Santana e o músico Armandinho, devem alertar os foliões sobre as atitudes inadequadas durante o Carnaval. Os artistas também tiraram fotos com a camiseta da campanha para a divulgação nas redes sociais.
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