Um exame de rotina anual pode fazer toda a diferença. A recomendação que costuma ser feita pelos profissionais da saúde, de fato, tem o poder de salvar vidas. Quando identificadas em fase inicial, muitas doenças possuem altas taxas de cura. Este também é o caso do câncer do colo do útero, conhecido ainda por câncer cervical. Para isso é necessário que as mulheres mantenham uma periodicidade na realização de consultas médicas e fiquem atentas aos sinais que o corpo apresenta. A campanha Março Lilás enfatiza, no mês das mulheres, essa conscientização: prevenir é o melhor sempre.
Para o médico ginecologista Gileno de Pelegrin, campanhas como esta enaltecem a importância de cuidar da saúde antecipadamente. “Tanto o setor público como o privado promovem ações para diagnóstico precoce, o objetivo principal de qualquer campanha. Como em qualquer outra doença, este irá contribuir na redução dos índices de mortalidade”, diz o especialista. A ginecologista Juliana Severo reforça que a maior importância do Março Lilás é, sem dúvida, incentivar as mulheres a fazerem o exame preventivo e evitar o desenvolvimento da neoplasia e todas as sequelas que ela traz.
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De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), com exceção do câncer de pele não melanoma, o câncer do colo uterino é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. As estimativas apontam mais de 16 mil novos casos a cada ano no país. No mundo, são aproximadamente 570 mil novos casos por ano.
O câncer do colo do útero é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV). Conforme o Inca, a infecção genital por esse vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes.
Segundo Pelegrin, a prevenção primária ocorre através da vacinação e com o uso de preservativos durante a relação sexual. A vacina tetravalente contra o HPV foi incluída no caderno de vacinação pelo Ministério da Saúde e é aplicada gratuitamente pelo SUS para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Para os que vivem com HIV, a faixa etária é mais ampla, de 9 a 26 anos. Contudo, Juliana complementa que já se sabe que o benefício da vacina para a mulher se estende por mais tempo, pode ser visto até cerca de 45 anos, sendo disponível nas clínicas privadas.
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O principal fator de risco para o surgimento deste câncer, segundo a médica, é a exposição ao vírus do HPV. “Outros também importantes são: tabagismo, imunossupressão, histórico sexual de múltiplos parceiros (ou um parceiro que teve múltiplas parceiras) e histórico familiar de primeiro grau”, acrescenta.
Já a principal forma de rastrear a possível doença, de acordo com os especialistas, é através do famoso Papanicolau, exame com caráter preventivo, o qual detecta mudanças nas células do colo uterino e é realizado, inclusive, em postos de saúde. A prevenção também se deve ao fato de que o câncer de colo uterino só costuma apresentar sintomas em fases avançadas, por vezes sendo assintomático.
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“O câncer de colo uterino ocupa o terceiro lugar em cânceres mais frequentes nas mulheres no Brasil e é um dos únicos que pode ser prevenido. Muitos cânceres hoje tem tratamentos e cura, porém, muito poucos tem prevenção. Esse exame é feito rotineiramente nas mulheres a partir de 21 anos, segundo o protocolo do Ministério da Saúde. Ele detecta lesões antes de virarem a própria doença, permitindo que o tratamento precoce da lesão não permita que o câncer se desenvolva”, acrescenta Juliana.
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Quando já identificadas alterações, passa-se para os tratamentos. “Dependendo qual fase, qual estágio se encontra, são feitos tratamentos específicos que variam de acordo com a situação. Podem ser cirurgias de pequeno ou grande porte. Em outros casos é feita radioterapia sozinha ou combinada com a quimioterapia”, pontua Pelegrin, que afirma haver elevado índice de sucesso no tratamento quando detectado o tumor em fases iniciais. O médico incluiu alguns fatores determinantes para a escolha da linha de tratamento ideal, como a idade e estado de saúde geral da paciente, o fato de ter ou não a prole definida e condições do serviço de saúde (o que há a disposição no momento).
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