A Escola Padre Benjamin Copetti busca inserir os alunos em diferentes projetos, gerando união, inclusão e participação ativa na sociedade. Um desses projetos pretende abordar assuntos de relevância social. Neste ano o tema escolhido foi racismo, um assunto que não é abordado em projetos temáticos em 24% das escolas públicas do Brasil, segundo dados do Censo Escolar de 2015, aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Esse trabalho envolve alunos dos 2º anos do ensino médio, turmas 201, 202 e 203. Os alunos Micheli, Ricardo, Amanda, Chaiane, Kemyllin e Guilherme, juntamente com o professor de inglês Nelton Turcatto, estiveram na redação do Jornal Gazeta da Serra na tarde da última terça-feira, 9, para contar como funciona a ação.
Segundo os alunos, cada turma vai trabalhar um personagem, que foram escolhidos pelo professor, através de um sorteio repassado às turmas. As três personalidades foram: Martin Luther King, Nelson Mandela e Steve Biko, homens negros que tiveram um papel importante na luta pela igualdade e deixaram sua marca na história da humanidade. O objetivo dos alunos é produzir um vídeo e cantar uma música em inglês para apresentação, algo que tenha relação com a história de cada personagem.
Este já é o sétimo ano que o projeto é desenvolvido, sempre com um tema diferente, abordando algo de destaque na sociedade, um problema social. O professor Nelton destaca que sempre é escolhido algo relevante que vai gerar reflexão, uma certa polêmica e que vai trazer aprendizado. “Já houve trabalho sobre mãe, gravidez na adolescência, drogas, violência contra a mulher, sobre depressão. Esse ano a gente pretendeu dar uma repaginada no projeto, trabalhar a questão do racismo e agregar história. Para desenvolver esse trabalho é necessário muito estudo, o que envolve todas as disciplinas”, diz.
Publicidade
Os alunos são responsáveis por desenvolver cada fase, desde a pesquisa sobre a história do personagem, até a escolha dos cenários, figurinos, ambientando a cena de acordo com a época. Toda produção do vídeo é feita pelos alunos.
Os estudantes contam que é um desafio desenvolver um projeto como esse, porque é necessário entender o pensamento de cada um, e respeitar as suas convicções, mas ressaltam que a união da turma prevalece e todos trabalham juntos para desenvolver um bom trabalho, destacam que aprendem a ter responsabilidades e desenvolvem habilidades que serão essenciais na vida adulta.
Esse vídeo é apresentado em um evento, que possuí uma mesa julgadora, diante disso é escolhido o melhor trabalho, o que também passa aos alunos a lição de que é preciso saber perder, como aponta o professor: “Os alunos aprendem a perder, porque muitas vezes pensam ‘o nosso filme era o melhor, nós fizemos o melhor e perdemos’, com isso podem ficar desanimados, mas podem perder outras vezes na vida, é normal, mas é na derrota que surge um campeão, fico até emocionado de falar sobre isso.”.
Publicidade
No início, os estudantes contam que pode parecer impossível cantar a música em inglês, mas sempre ocorre o apoio com aqueles colegas que tem mais dificuldade. Cada turma trabalha em conjunto e as funções não são divididas. “É um trabalho em grupo, tudo resolvido com a turma, todo mundo junto, cada um dá a sua opinião, de acordo com um sistema democrático, então a gente vai pela maioria e a gente tenta pegar as opiniões e agregar”, destaca Chaiane.
O projeto é parte da avaliação do trimestre, e proporciona uma rotina diferente daquela com a qual os alunos estão acostumados. “Durante 70 dias trabalhamos algo indispensável para a vida adulta, como a criatividade, trabalho em equipe, superação, cooperação, liderança, entre outras coisas. Toda vaga de emprego procura um profissional que saiba trabalhar em grupo, tenha iniciativa, essas qualidades”, ressalta Nelton.
Esse trabalho tem por objetivo promover a integração, pois, envolve toda comunidade e os pais também participam levando os alunos para os locais das filmagens, e até mesmo participando dos vídeos como atores, no final do projeto, como conta Nelton, se sentem orgulhosos de ver o trabalho que seu filho ajudou a desenvolver.
Publicidade
O mestre finaliza explicando que projetos como esse ajudam a desenvolver no aluno capacidades que serão levadas para a vida adulta: “Eu tenho medo de formar um aluno de sala de aula, que vá para a faculdade se forme e não tenha noção da vida. Eu fico com a certeza de dever cumprido, esse e os outros projetos da escola ajudam eles a desenvolver as competências e atividades além daquilo que normalmente se aprende na escola. O que interessa é esses alunos serem vencedores na vida adulta, ser pessoas de bem. Eles sempre vão estar inseridos em um grupo, seja da faculdade, do condomínio, por isso é preciso ter cooperação, sozinho ninguém vai a lugar nenhum”.
A apresentação dos vídeos ocorre no dia 14 de agosto na Escola Padre Benjamim Copetti no turno da manhã.
Publicidade