Não há como falar do trabalho realizado pela Emater/RS-Ascar sem – literalmente – ir à campo e, in loco, ver de perto como funciona a atuação dos extensionistas no auxílio às propriedades rurais. Verificar e entender corretamente o conceito da extensão rural e da assistência técnica. Perceber o desenvolvimento e o crescimento destes locais por meio das orientações prestadas pela entidade ao longo dos anos, buscando sempre a qualidade de vida no meio rural.
Duas famílias, dois focos diferentes na produção, duas histórias que se assemelham quando o assunto é o reconhecimento da importância do trabalho praticado pelos técnicos da Emater. Na localidade de Linha Quinca, Alcindo e Rosiclei Kobs, apostam no processamento da mandioca, através da Agroindústria Kobs. Em Campo da Aviação, a fruticultura é o que move a propriedade “modelo” de Natalino e Ivete Wiedenhoft.
As duas famílias foram visitadas pela reportagem, acompanhada pelo chefe do escritório da Emater de Sobradinho, Adriano Dreher. E, claro, foram momentos de recordação e de aprendizado, mostrando que sempre há alguma novidade a ser repassada e implementada no campo. As pesquisas e os estudos não param, e os avanços tecnológicos, que visam melhorar o trabalho nas propriedades, continuam a beneficiar produtores.
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Um sonho que se tornou realidade
Em julho de 2016, se deu a concretização de um sonho para a família Kobs, com a inauguração oficial da agroindústria, localizada às margens da ERS-347, na rodovia que liga Sobradinho a Segredo. Entre tantas autoridades presentes e discursos daquele dia, o que mais marcou Alcindo, entretanto, foi toda a assistência prestado pela Emater ao longo dos anos. “Não fosse por eles, nós estaríamos a ver navios. Sempre contamos com a orientação dos profissionais da Emater”, recorda.
Ele e a esposa, por muitos anos, tinha no fumo a atividade principal da propriedade. Mas alimentavam o desejo de mudar radicalmente de ramo. Só faltava encontrar o rumo a ser tomado, o que começou em 2013. “Nós queríamos fazer outra coisa. Aí nos indicaram a mandioca como uma alternativa, que era uma cultura pouco explorada e estudada aqui”, recorda Alcindo. Com a ajuda da Emater, visitaram a Agroindústria Schneider, de Arroio do Tigre, que sempre foi uma referência na região.
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O trabalho na cidade vizinha agradou. A partir daí, iniciou um burocrático processo de legalização da agroindústria. “Precisávamos do licenciamento ambiental, do alvará sanitário, do laudo. Tudo isso foi obtido graças a ajuda da Emater e pudemos iniciar nossas atividades”, lembrou o agricultor. Desde então, os investimentos não param, justamente para que o trabalho mantenha sua qualidade. Além da câmara fria para armazenagem, a família conta com quatro freezers.
A Agroindústria Kobs compra a mandioca de produtores do município e também conta com lavoura própria, em uma área plantada de um hectare. Na última safra, foram armazenados 10 mil quilos de mandioca, sendo que a meta é chegar entre 15 e 20 mil quilos. A comercialização ocorre em Sobradinho e alguns municípios da região, principalmente para os supermercados e restaurante. Também há a venda direto na propriedade para interessados.
Propriedade modelo para quem aposta na fruticultura
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É inegável que o fumo e a soja são os produtos que movimentam a região Centro Serra nos dias de hoje, gerando um bom retorno a quem produz e também aos municípios. Mas a diversificação também é uma realidade nas propriedades, e tem sido a aposta de muitas famílias no município, que buscam incrementar a renda ou, até mesmo, buscar uma nova atividade principal. Nesse contexto, a fruticultura surge com destaque em Campo da Aviação.
A grande quantidade de pomares no caminho e a placa “Granja Wiedenhoft”, fixada na entrada da propriedade, indicam que ali encontra-se um local que se tornou modelo na região, fruto de um trabalho incansável de Natalino e Ivete Wiedenhoft. Os dois não medem esforços para garantir frutas de qualidade para a comercialização. A variedade impressiona, indo desde os moranguinhos até a laranja, passando pela melancia e o pêssego.
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Os dois recebem assistência importante desde o período em que residiam em Baixo Pilão. “A minha primeira atividade com a Emater foi a construção de uma fonte drenada, há uns 30 anos. E foi muito boa na época”, recorda Natalino. Depois, no período em que existia a cooperativa dos pequenos agricultores, eles tinham plantação de alho. “No primeiro ano fomos muito bem, mas no segundo vendemos mal”, lembra.
A família entrou para valer na fruticultura quando se mudaram para o Campo da Aviação, em 2003. E se destaca principalmente pela forte clientela que possui, com Natalino indo “de porta em porta” para vender, além de também comercializar para a merenda escolar no município. “Sempre que tínhamos dúvidas, buscamos informações com a Emater. Nunca tive o que me queixar dos atendimentos”, garante. Adriano lembra que a propriedade é seguidamente visitada para atividades como capacitações, eventos e Dia de Campo.
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