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CONVERSA SENTADA

Ainda as mutações

O que os alemães querem fazer ou deixar de fazer depois da pandemia?

O informativo alemão Tagesschau fez uma pesquisa.

62% dos alemães irão preferir passar a cumprimentar as pessoas de forma gentil, sem mais dar as mãos; 79% querem continuar a passear, passear muito; 31% pretendem comer menos fora e passar a cozinhar mais em casa; 23% querem futuramente passar a trabalhar em casa, mantendo um escritório residencial para o seu trabalho; 35% querem continuar a usar máscara de proteção quando frequentarem lojas ou usarem transporte público.

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O primeiro item é bem sugestivo. Um pouco antes de se iniciar a pandemia, fui com minha mulher ao Rio de Janeiro para encontrar um empresário alemão. Alfred é casado com uma brasileira mais jovem que ele, mas se entendem muito bem. No inverno europeu, Alfred prefere ficar no belo apartamento do casal em Copacabana. Quando chega a primavera, o casal zarpa para sua casa em Baden Baden.

Ele tem a minha idade, mas sempre me trata por senhor e não tem jeito. A esposa, carioca, passa falando: “ó Alfredii, larga dessa bobagem, fala você”. Meu amigo dá de ombros e me dá senhoria, o que faço também. Na véspera de eles voltarem para a Alemanha, após o almoço regado com muito vinho, dei um lance: “Herr Alfred, darf ich Sie umarmen?”. (Posso te abraçar?) E antes que ele respondesse já atraquei nele um abraço daqueles da campanha gaúcha. Ele meio “tastaviou”, mas gostou muito. 

Quanto a passear, isso está no DNA não só alemão como do europeu. Eu também adoro passear, mas sendo Brasil a gente sempre tem que cuidar para não se meter num lugar ermo. Infelizmente é assim. No tempo em que ia frequentemente à Alemanha, uma das coisas que mais gostava de fazer era andar pelas trilhas e bosques, sem nenhum receio de assalto e essas coisas.

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Quanto a comer menos fora e cozinhar mais em casa, eu sou fã incondicional. Como é bom preparar calmamente um prato, com muita salada, carnes magras que deem exatamente na medida da fome, para não haver muitas sobras.

No que tange ao “home office”, penso que é irreversível a tendência. Todavia, muita gente vai ter que se reciclar. Deverá haver uma peça na casa em que não se ouça muito barulho de fora, ou entra e sai de familiares. Nem todas as casas se prestam a isso. Mas a poupança é grande quando se pode fazer o trabalho remoto, principalmente nas metrópoles.

Finalmente o uso de máscaras mesmo sem pandemia.

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Creio que esse item vai se impor em lugares de aglomeração. Não esqueçamos que em seguida vem a vacinação contra a gripe. E essa também derruba.

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