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CONVERSA SENTADA

Histórias de vida 1

Não sei onde li essa pequena fábula. Duas rãs saltavam alegres e fagueiras por entre tambos cheios de leite. Acabaram caindo em um tarro. Uma, lamentando sua má sorte, não tinha como sair, conformou-se e morreu afogada. A outra não se conformou e começou a espernear freneticamente. Lá pelas tantas o leite transformou-se em manteiga, de modo que a rã saltou para fora do tarro salvando-se.

Me encantam os relatos de pessoas que nasceram em lares humildes, praticamente não tinham como se instruir, mas que deram um jeito de estudar, passando frio e fome, mas não se entregando.

Quantos de nós, da região de Santa Cruz, não teriam condição de estudar em Porto Alegre, não fosse a bendita Casa da Uesc, na Capital.

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Semana passada recebi do sr. Renato Jackisch o seguinte mail:

“Identifico-me em tantas e tantas situações relatadas em sua vivência, principalmente até o início das atividades profissionais.

Com origem humilde, no interior de Sinimbu, inicialmente sem luz elétrica em casa e desde muito cedo trabalhando em todas as lides rurais que se apresentavam.

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Para ir ao colégio, caminhava mais de três quilômetros a pé e procurava nunca faltar, quer chovesse, fizesse frio ou calor.

Nunca fui o aluno de melhor nota nos boletins. Havia uma colega que sempre tirava o primeiro lugar e me acompanhou do primeiro ano primário até o fim do primeiro curso de graduação. No mês que cheguei mais próximo, ela simplesmente fez média 10 em todas as matérias.

Com muito esforço de meus pais e recebendo meia bolsa de estudos, consegui vir diariamente de ônibus a Santa Cruz do Sul e estudar no Colégio Mauá, onde tentaram me dar o apelido de “colono”, o que na época não era “bullying”, e sim se resolvia no soco.

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Hoje formado em Ciências Contábeis, Administração de Empresas e Direito, tendo trabalhado em todas as áreas de formação, administro a empresa Excelsior Alimentos S/A, integrante de um grande grupo empresarial com atuação em nível mundial.

Mas aonde quero chegar.

No ano passado, reunido num summit em São Paulo com os meus pares diretores e a presidente, em conversa de conhecimento, verificamos que a metade dos diretores e a própria presidente têm origem humilde, da roça, passaram muito sacrifício e chegaram aos cargos que ocupam por competência. Para nenhum deles faltou atitude, dedicação, humildade, simplicidade, disponibilidade, retidão, ética e principalmente trabalho desde muito jovem, o que hoje lamentavelmente é proibido.

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Trabalho nunca fez mal a ninguém. Lamentável que maus legisladores não pensam assim.”

Vou atrás de mais históricos.

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