Considero importante o bem-estar animal. Na verdade os mamíferos são muito gregários. Se ajudam, formam famílias, choram.
Choram? Sim. Podem perguntar a qualquer pecuarista. No lugar onde um animal da espécie morreu se juntam seus semelhantes e ficam mugindo na volta.
Tanto ovinos como bovinos adotam, nos campos mais afastados, o esquema do jardim de infância. Num lugar elevado do campo as mães vão comer em pastos afastados e deixam uma fêmea experiente cuidando dos filhos. Sobrevindo algo anormal, como a chegada de campeiros ou cachorros, a cuidadora dá o alarme e as mães vêm correndo.
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Mas nem tudo é muito agradável e poético. Exemplo: a borrega (ovelha jovem), se sofrer muito com o parto, afasta-se da cria e a abandona. É preciso socorrer o cordeiro e criá-lo guaxo ou tentar enxertá-lo em outra mãe que vai criar os dois. Mas nem sempre elas aceitam.
Outro exemplo: a fêmea deu a luz, fez todos os procedimentos, lambeu a cria, comeu a placenta mas ela não se levanta, mostra-se fraca. Hora de salvar o filhote, porque a mãe não vai esperar muito, pois o rebento não tem forças para se levantar e mamar. Só os humanos têm milhões de cuidados e mimos. (E baldas).
Enfim, os animais tem que se virar sozinhos muitas vezes no meio da noite, com geada e a cria fumegando em cima do gelo. E sobrevive bela e fagueira.
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Assunto que mexeu comigo foi o sacrifício dos animais para alimentação dos humanos. Presenciei cenas sensíveis. Os animais ficam encerrados na mangueira. Aquele que é laçado ou colocado sozinho no brete já sabe que vai ser sacrificado. Eu via isso nitidamente. Nem sempre a facada no coração resultava em morte indolor. Passei, então, a não deixar mais carnear bovinos na sede da fazenda. Simplesmente negociava com o frigorífico. Sai um pouco mais caro, mas vale a pena. No local há boas técnicas, os bichos são insensibilizados e não sentem dor.
No mundo inteiro há um movimento em prol da felicidade animal. Apoio plenamente e afirmo que em boa parte do Brasil os pecuaristas são a favor.
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Mais uma coisa: gato come rato, pássaros comem minhocas, tigres comem gazelas. É a corrente alimentar. Não temos porque nos privarmos de proteína. É um falso prurido de bondade querer interferir radicalmente naquele que assim dispôs os algoritmos: nosso Criador.
Por ora vou dar um tempo nesses assuntos. Mas decidi não falar muito em política, mesmo porque descreio do nosso sistema em que a União faz o que bem entende com nosso dinheiro. Gosta de ajudar quem não se ajuda. E ajuda quem não precisa.
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