O “novo normal” já começa a se tornar realidade. Retomar virou avançar em novas formas. No imenso Brasil, cidades abrem, recuam, reabrem, enquanto a pandemia continua em alta, em seu assustador plateau.
Esperar retomadas não é mais uma boa decisão. Protagonistas têm perfil antecipatório, iniciativa e criatividade. Aceitar e assumir a realidade temporária como o novo comum é ser inteligente. Algumas empresas anunciaram a volta parcial para setembro, outras já assumem que só o farão em 2021 em formato ainda não definido.
No cenário profissional, milhares de profissionais digitais continuam seu trabalho que está em alta desde o início da pandemia. A automação e a mobilização já eram anunciadas e temos posições de trabalho ameaçadas por todos os lados. Abraçar a incerteza tornou-se competência fundamental.
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A cultura planetária mudará rapidamente, a universalidade agora se sobrepõe à materialidade, o minimalismo e o essencialismo são o novo tom. Êxodo das metrópoles, conforto sem excesso, valorização das relações, solidariedade, praticidade e respeito aos valores humanos são o novo jeito de viver. A reaproximação com a natureza, com a vida orgânica e a atenção ao meio ambiente são latentes em todo o mundo. A vida terrena foi ressignificada. Levarão alguns anos para que isso se consolide, e para apagar o velho e chato ranço deprimente da nossa espécie, que insiste em manter o que não serve mais.
Nas discussões globais, a prioridade deste ano é a saúde, seguida pela preocupação com o meio ambiente e o evidente consumo consciente. A educação deverá receber os maiores investimentos e educadores, pais e líderes precisarão criar alianças em torno de uma educação mais holística e neo-humanista. A antiga escola faliu, as universidades não têm mais atrativos e, com a pandemia, muitos alunos de populações carentes podem não voltar à sala de aula. A mudança será radical e rápida.
Talvez 2021 ainda seja um “semi mundo novo”, que pode retomar seu ritmo intenso apenas em 2022, já em uma nova melodia. Governos perdem espaço no sistema social e a sociedade virou a grande protagonista do futuro. Estamos fartos de esperar.
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Famílias terão que replanejar seu jeito de viver e adotar formatos mais funcionais e sustentáveis. Empresas passarão pela digitalização acelerada e o formato smart será predominante já este ano. A inovação deve ganhar ainda mais espaço, mas com horizonte de longo prazo, abundância de propósito e menos pressa.
A pandemia acelerou a transformação do mundo. Nossa parte é encontrar uma posição nesta jornada e contribuir para moldar um futuro plausível. A ampliação da consciência global, o senso de colaboração, a queda das barreiras tradicionais trazem uma oportunidade de criarmos um mundo mais equilibrado e pleno para as próximas gerações. Se acertarmos agora, nossos descendentes se orgulharão de seus ancestrais. Não espere, redesenhe seu ano e siga, tomando todos os cuidados que nosso tempo ainda exige.
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