Incômodo talvez seja a palavra que simboliza a semana que passou. Inegavelmente há desmatamento, falta de recurso, devastação de florestas no mundo inteiro e um sórdido jogo de poder transmitido ao vivo pelas redes e televisões de todo o mundo. O que mais me choca é o aplauso insensato de pessoas que tentam justificar o que não tem justificativa e a esquizofrenia avançada que tomou conta da maioria dos grupos governamentais e sociais.
As queimadas da semana mostram problemas sérios e revelam que a maioria das pessoas não entendeu absolutamente nada ainda sobre a mudança global e o momento de transição do mundo que vivemos. Nosso planeta está sendo passado a limpo, e assistiremos a uma revolução social, ambiental, política e econômica intensa nos próximos anos. Isso tem pouco a ver com o governo do momento.
A integração da raça humana com o meio ambiente não depende só de governos, diz respeito a todos nós. Fake news se espalharam pelos quatro cantos do mundo e colocaram os holofotes em um problema real e sério do Brasil e dos países conectados à Amazônia. Há interesses escusos, sem dúvida, e não há mágica.
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Qual é o ponto principal de tudo o que aconteceu? O que podemos aprender? Talvez que negligenciar assuntos os tornam maiores do que são, e às vezes impossíveis de contornar.
Todo novo governo sabe o que irá encontrar, e não há desculpas para algumas declarações levianas nem para dizer que não há o que fazer. Não há culpado, há responsável e ele será cobrado.
Temos que aprender a pensar como brasileiros, não como partidaristas incendiários em torno de discussões vazias. Temos responsabilidade com nossa terra, com a desmontagem de diversos sistemas corruptos e isso levará muitos anos. Também temos responsabilidade para com o mundo. A soberania é importante, mas é tolo quem não entende que a imagem ruim do Brasil afetará a todos nós e que relacionamentos diplomáticos são mais importantes do que nunca.
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Percebo uma “craziolândia” avançada em andamento, com uma plateia míope aplaudindo todo tipo de asneiras e outra mais míope ainda comparando o governo do presente com o pior governo que já tivemos no passado. Precisamos aumentar a régua, mudar o discurso e seguir em frente. Vamos sim apoiar nosso presidente, mas ele não pode falar sem pensar e muito menos governar o País como se fosse seu dono ou estivesse no comando de um quartel ou de sua dinastia.
O problema na Amazônia existe, temos que começar a resolvê-lo. Seremos cobrados por isto. Se não sairmos deste buraco negro onde estamos atolados em um falatório cansativo e em uma visão retrógrada, não temos futuro algum. E o pior, é neste momento que estupidez vira história. Chega de histórias estúpidas, vamos escrever uma história que valha a pena a partir de agora.
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