Falar de futuro para quem só pensa em viver o presente alargado pode ser bem complicado. Mudança de mindset, inovação e disrupção estão na moda, mas estamos mesmo dispostos a mudar de verdade e a tomar decisões que mudem as coisas para as próximas cinco gerações?
Preparar-se para o futuro exige ousadia. O futuro está na moda, mas a realidade é que a maioria das empresas brasileiras ainda vive no modelo do passado, mesmo em empresas que se dizem avançadas tecnologicamente. O foco continua sendo metas e produtividade guiadas por um obsoleto Planejamento Estratégico.
Tenho visitado empresas de diferentes segmentos e tamanhos, que sabem que o mercado está em mudança acelerada, mas ainda não se deram conta de que é preciso investir, promover uma discussão mais robusta e tomar decisões radicais imediatamente. Se tivéssemos decidido melhor há 100 anos, nossa realidade atual seria diferente.
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Frente à transformação social do planeta, o Brasil está atrasado em todos os aspectos. A economia engatinha, as previsões de crescimento diminuíram, o plano do novo governo não decola e a maioria das empresas vem falando de inovação mas continua fazendo mais do mesmo. Estamos respondendo de forma marginal às mudanças do mundo. Não é o suficiente.
A maioria dos executivos está completamente perdida e quer salvar seu legado, permanecer no status que conquistou sem compreender que tem sérias responsabilidades frente à empresa que comanda. A maioria dos nossos executivos não tem mindset orientado a futuro, e não percebe que as decisões e omissões de hoje colocam em risco o futuro de muita gente, incluindo sua própria história.
A maioria das empresas aposta em planejamentos antigos, cheios de lacunas e não tem ideia de que já temos metodologias de futuro, resumindo o assunto a tendências e cenários. Pobreza de conhecimento.
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Temos muito a aprender, muito a construir, mas antes precisamos descontruir a cultura de imediatismo, de caminho curto e fácil e de não reconhecer que temos que aprender coisas novas para competir no novo mundo.
Países como Finlândia e Singapura unem esforços para descobrir como criar futuros para os próximos 50 anos através de boas decisões no presente. A cultura não muda em pouco tempo.
Metodologias de Estudos de Futuro nos trazem ferramentas para promover as mudanças, mas esse assunto flutua sem aderência em um ambiente que copia ecossistemas que tiveram grandes sacadas de marketing e tornaram o assunto “futuro” muito sexy. Nos lugares da moda, não se discute ética nem longo prazo porque, afinal, o assunto é novo, mas o objetivo é o mesmo de sempre: ganhar dinheiro.
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