O planeta está cozinhando. Precisamos cortar a emissão de CO2 pela metade, usar a energia de forma menos nociva e conectar os temas políticos, sociais, tecnológicos, econômicos e ambientais na mesma discussão para que possamos criar estratégias mais robustas frente às mudanças do mundo.
Vivemos intensamente a era 4.0, que quebra paradigmas e promove a descontinuidade de quase todos os modelos vigentes até agora em nosso planeta. “Inovação”, “disrupção” e termos como “exponencial” viraram moda, mas nossas pesquisas de campo mostram que poucas pessoas realmente sabem o que são esses termos, suas origens e o que significam na prática.
Somos analfabetos perante o futuro que se aproxima.
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No meu vocabulário, após estudos no Finland Futures Research Centre, troquei os termos inovação por transformação, disrupção por possível descontinuidade e exponencial por sustentável.
Ecossistemas de inovação fervilham de novidades, novas startups nascem a cada dia e discursos colonizadores povoam as redes tentando determinar nosso futuro ou nos convencer de que a tecnologia é a base do novo mundo e o centro de tudo no momento atual que vivemos.
O Projeto Millennium, em seu último relatório, traz inúmeros alertas sobre a situação do nosso planeta. Estamos em alerta, não em festa! Mágicas tecnológicas não salvarão nosso mundo repentinamente, como se anuncia nos centros de tecnologia avançada e espaço. Essa é uma das versões do futuro, que é sempre plural e imprevisível.
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A razão pela qual a mudança se tornou acelerada tem a ver com os alertas que insistimos em não ouvir, que avisam o mundo da urgência para reverter o atual estado. Seremos 10 bilhões de pessoas e tornou-se insustentável o modo como vivemos. Os novos tempos trazem claros anúncios da extinção de indústrias e negócios fomentados apenas pelo capitalismo predador, que geram impactos negativos no planeta.
O que me surpreende é o quanto as pessoas embarcam massivamente nos novos credos da era 4.0. Fórmulas-padrão, discussões rasas, decretos, previsões e distopias por todos os lados.
Até quando vamos manter o foco no curto prazo, na superfície das coisas, nos modelos importados que nos colonizam há tantos séculos?
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O Brasil está muito mal colocado no ranking de inovação do mundo. Talvez porque nossa lição de casa seja parar de copiar, ampliar nosso olhar e criar macroestratégias para que o país e os negócios sejam capazes de criarem uma real transformação para ser capaz de responder aos desafios do novo mundo.