A comunidade regional teve a confirmação, nesta semana, daquilo de que talvez já desconfiava que ocorreria: também a Oktoberfest tem sua edição de 2020 cancelada. É mais um evento a não constar na agenda deste ano. A Oktoberfest vem se somar, assim, como o mais recente tópico regional a provocar reflexos econômicos associados ao comércio e à realização de serviços.
Lá no início de todo o processo de enfrentamento à Covid-19, ainda em março, o primeiro baque a confrontar a população regional com a realidade dos efeitos globais do coronavírus foi o anúncio de cancelamento da Expoagro Afubra 2020. Aquele que talvez constitua o principal encontro com amplos indicadores positivos sobre os negócios e sobre o desenvolvimento da agricultura familiar foi a primeira grande baixa em termos de movimentação da socioeconomia regional. Nos meses seguintes, em cascata, todos os eventos foram cancelados, e, se algumas pessoas ainda duvidavam de que a agenda de 2020 estaria em suspenso por completo, agora a Oktoberfest, já em plena primavera, também não acontecerá, ao menos não no formato tradicional.
São grandes perdas, grandes lacunas. É incontornável que elas afetem receitas e faturamentos de empresas e instituições. Mas tem sido assim em todo o mundo, e não é apenas uma experiência local ou regional. O planeta inteiro, com raríssimas exceções, contabiliza os prejuízos, e está precisando aprender a ter muita, muita resiliência. Como em todos os momentos em que grandes desafios e enfrentamentos se fazem necessários ou inevitáveis, o ano de 2020, o período de pandemia, é também para os fortes. Uma comunidade e uma região precisam da energia e da força que nascem da união e da confiança mútua.
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Aquilo que em 2020, pelas razões óbvias, não pôde ou não poderá ser concretizado será feito e empreendido talvez já em 2021, ou logo adiante. Afinal, na existência pessoal, quando ocorrem perdas, aprende-se a ter resiliência. A, por assim dizer, tocar a vida em frente. Com a necessária precaução; com calma, paciência, um passo de cada vez. “Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais”, canta Almir Sater. Diante da pandemia, não levamos todos a certeza de que muito pouco sabemos, até de que nada sabemos? (sabemos pouco até sobre nós próprios). Tão autossuficientes, e tanta coisa a aprender…
Enquanto cada pessoa aprende um pouco mais a se conhecer, e talvez até a entender e a aceitar os demais, com seus limites e suas fragilidades, é tratar de respeitar o ciclo de todas as coisas. Que cada um de nós, mesmo neste inusitado 2020, possa seguir compondo a sua história. Pois não é mesmo como Almir Sater canta? “Cada ser em si carrega o dom de ser capaz, e de ser feliz.”
Haverá 2021. Haverá a Expoagro Afubra. Haverá a Oktoberfest. Mas é preciso ter paciência, e resiliência. Para ser feliz. Um bom final de semana de julho para todos!
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