O ano de 2019, que agora chega ao fim, foi longo e exaustivo. Exigiu muita energia. No entanto, como se ouve o tempo todo, parece que passou tão rápido. Foi o primeiro ano da gestão de Jair Bolsonaro no governo federal, e de Eduardo Leite no governo estadual, cada um deles lidando com desafios imensos inerentes à realidade econômica do País e do Estado. Um ano em que o Brasil ensaiou a retomada no crescimento (que, no entanto, fica abaixo do previsto, devendo fechar em cerca de 0,9%). Um ano em que o Rio Grande do Sul seguiu lidando com seus dilemas: salários parcelados e reformas inadiáveis que, no entanto, são adiadas.
Foi um ano no qual os temas atropelaram-se na pauta diária: alguns de alta relevância, outros fúteis até o constrangimento, numa dispersão completa de energia. Foi um ano em que muito se falou em meio ambiente. E mais se falou do que se fez. Um ano que chega ao final com temperaturas escaldantes, dignas de um Saara, e que talvez devessem motivar, como agenda número 1, discussão a sério sobre os rumos ambientais. Até onde a natureza, a produção agrícola, a água, as florestas e a vida como um todo suportarão a elevação da temperatura sem entrar em colapso? E nem adiantaria se iludir: os efeitos serão terríveis para todos.
Assim chegamos a 2020. Será, de forma inevitável, um ano para pensar e repensar ações ambientais. A sociedade sabe (não há como ignorar tal realidade) da necessidade de preservar o ar, a água, o solo, enfim, a qualidade de vida para todos os seres vivos (a flora e a fauna). O impacto da inconsequência das ações humanas, da exploração indiscriminada dos recursos naturais, sobre a natureza coloca-nos na terrível situação em que não basta dispor de ambiente climatizado, ar-condicionado e eletroeletrônicos de alta performance se a água não sair da torneira ou o alimento de qualidade não estiver disponível, ou se for impagável para a maioria. Aí fora, na natureza, ao sol escaldante, os pássaros, os peixes, os animais e as plantas, infelizmente, não dispõem de ar-condicionado, nem dependem mais de si. Esse é o mundo real.
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Por isso, acima de tudo, 2020 poderá nos mobilizar num esforço conjunto em favor da prioridade que mexe com todas as demais: educação. Se não tivermos, da tenra idade até a maturidade, clareza do nosso papel em sociedade, de nada valerá todo o resto. Ou nossa sociedade migra para o engajamento e o empenho individual em favor do coletivo, ou os dramas sociais só tendem a piorar, o que será nefasto para todos. Que 2020 motive cada um de nós a contribuir com seus dons e seus potenciais para que o ecossistema possa subsistir como um todo, para o bem de todos os seres vivos, e não apenas de alguns poucos. A Gazeta, por meio de sua diretoria e de seus colaboradores, deseja um 2020 com muitas realizações para leitores, ouvintes e parceiros, e determina-se a colaborar, com sua energia, em favor de um mundo melhor, que acolha bem a todos. Feliz ano novo!