Entre tantas virtudes das eleições municipais, a principal é a possibilidade de o eleitor conhecer melhor os candidatos, principalmente nos municípios menores. O marketing político é importante na divulgação de candidaturas menos conhecidas, mas impõe dois defeitos: a maquilagem positiva dos pretendentes e a omissão dos defeitos.
Em cidades pequenas, os eleitores se conhecem. Eles detêm informações da vida pregressa de quem luta pelo mandato. A biografia de cada candidato é a conduta junto à comunidade. Muito diferente de um folheto escrito no capricho ou vídeos exaltando qualidades, virtudes e competências.
Muita gente deixa a terra natal, mas mantém o domicílio eleitoral. Adotei essa estratégia por décadas, mas, como jornalista, raramente cumpri o dever cívico por viajar muito no dia da eleição. Gostaria, de verdade, de continuar votando na minha primeira seção eleitoral.
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Mesmo distante, as ligações afetivas permitem tomar conhecimento do que acontece em nossa localidade de origem. Quem é “nativo”, permanecendo na cidade onde vota, pode fazer uma escolha mais criteriosa para comparar biografias, cotejar qualidade e defeitos para, no final, apertar na tecla do “confirma”.
Muitas vezes uma pessoa de nossas relações, ao ser investida de poder, muda de comportamento. Isso gera decepção, por vezes até raiva. Mas a democracia tem o condão de permitir confirmar ou retificar nossas escolhas a cada quatro anos. Quanto menor a comunidade, mais fácil de votar bem, graças ao convívio mais próximo.
Domingo teremos o poder de definir o futuro do lugar onde moramos, formamos família, abrimos negócios, geramos empregos e nutrimos expectativas de melhorias. Uma corrente defende o voto facultativo, mas contrários à ideia lembram que, sendo obrigatório, o sufrágio já permite inúmeras maneiras de “comércio”.
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As trocas de favores, cestas básicas, dentaduras, ternos de camiseta. Imagine como será no dia em que será necessário mobilizar o eleitor para ir às urnas! Surgirão inúmeros “atrativos” ilícitos para compensar aqueles que veem na eleição uma oportunidade para faturar benefícios materiais.
Domingo é um dia importante. É, para nós, brasileiros, um privilégio que nem todos os países do mundo permitem a seus habitantes. Basta olhar à nossa volta para constatar países onde a vontade popular fica apenas no discurso, jamais na realidade. Não é preciso ir longe.
Longe de uma obrigação, o voto constitui arma sagrada da democracia. É um instrumento insubstituível, que viabiliza melhorias em nossa vida, renovando ou confirmando lideranças que nos representam.
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Neste dia 15, vote. E depois não abandone seu direito: acompanhe e cobre de quem mereceu o seu voto! Entre tantos, você concedeu a honra do sufrágio em apenas uma pessoa. Não esqueça!
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