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IDEIAS E BATE-PAPO

Alegria grátis em dose dupla

Leitores são a razão da nossa existência. Por isso, hoje atendo com grande prazer e alegria o pedido da grande amiga santa-cruzense Jussara Jost, que solicitou a publicação da crônica que segue. Abraços!

Cheguei há pouco do supermercado, um dos poucos luxos em tempos de confinamento, que começou em 20 de março. Na verdade, foi uma espécie de passatempo. Explico. Tinha levado minha mulher para uma consulta e não queria voltar para casa debaixo de muita chuva.

Entre os itens adquiridos estavam flores, de três tipos: botões de rosas – amarelos, rosa e vermelhos –, um buquê de girassóis e outro maço de flores do campo. Trata-se de uma aquisição corriqueira. Gosto do colorido. Sabendo disso, dona Cármen mantém um vaso delgado onde cabem no máximo três unidades, quase sempre rosas.

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Como cronista do cotidiano, observo a reação das pessoas em diversas circunstâncias. Atualmente, o cotidiano é ainda mais rico em experiências. No supermercado, dois tipos de comportamento se destacam: de pessoas que se afastam bruscamente à menor aproximação e daqueles que sorriem e até dizem “boa tarde”.

Como já referi, para mim, comprar flores é um hábito, como comprar carne, cerveja e carvão para o churrasco ou pizza, salamito e queijo para o jantar ou sorvete e chocolate para os lanches vespertinos. Ao chegar no caixa – e mesmo durante as compras –, é comum as pessoas olharem com admiração o carrinho onde estão as flores.

No Rio Grande do Sul, o hábito de homens presentearem com flores se restringe às datas especiais, como o Dia dos Namorados ou aniversário de casamento. Amigos se surpreendem quando conto que vou a uma banca perto do trabalho e, na saída, compro um buquê que levo na lotação que me leva até em casa. “Como tu tem coragem de andar carregando flores?”, perguntou um colega de trabalho, estupefato.

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Talvez seja mais um traço machista que está caindo em desuso, inclusive com sinais de mudanças num dos recantos mais resistentes a mudanças: os Centros de Tradição Gaúchas. Nesta semana li notícia de que o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) pretende arquivar algumas nuances pouco recomendáveis em tempos de igualdade de raça, sexo e religião.

Ao chegar em casa com as flores, começa o entrevero para ver quem – minha mulher ou minha filha – fará a partilha das plantas multicoloridas. Outra discussão envolve o local onde serão expostas, mas, com o hábito, elas já têm um acordo para evitar atritos.

Flores são joias da natureza, que emprestam alegria em dose dupla, porque deixam feliz quem recebe e quem presenteia. Na próxima ida ao supermercado ou naquela fugidinha… que tal um buquê?

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