A valorização de lembranças e de coisas triviais ganhou um novo colorido com a crise de saúde que assola o mundo. Não são apenas filmes e jogos antigos de futebol que estão na grade de programação. Muitos buscam fotos antigas, recordam episódios, viagens, confraternizações e amigos que já se foram.
Pensei nisso no final de semana. Os dias amanheceram gelados, aquecendo com a chegada do sol. Na verdade, a preguiça nos prega muitas peças. Sem notar, ficamos em casa, preguiçosos, atirados no sofá, vendo tevê, tomando um chimas. Olhamos preguiçosamente pela janela, mas falta ânimo para sair.
Momentos assim, hoje, valem ouro! Desperdiçamos muito tempo com discussões banais que só causam desgaste, consomem energia. Desaprendemos a relevar, preferindo levar tudo em “ponta de faca”, arquivando o perdão.
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Não acredito que haverá melhorias pessoais generalizadas. Nem sempre o ser humano aprende. Resiste em mudar, usa desculpas para manter comportamentos tóxicos. As novas gerações, íntimas da tecnologia, poderão adotar novas atitudes para fortalecer a importância do sentimento, da proximidade e da solidariedade.
A tecnologia, aliás, é responsável por contatos mais próximos com as pessoas queridas. Videochamadas já estão incorporadas ao cotidiano. Ninguém mais estranha ao falar “com a telinha”. Até pessoas “jovens há mais tempo” – como eu! – incorporaram as novidades para aplacar a saudade.
Todos os dias participo de reuniões virtuais de trabalho. No começo era hilário. Havia gafes. Alguns deixavam o microfone aberto. Ouviam-se palavrões e ruídos estranhos que renderam boas risadas. Mas hoje todos estão “adestrados”, potencializando os recursos que facilitam a rotina profissional.
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O tempo de pandemia também multiplicou golpes através das redes sociais. Afinal, a maldade humana (assim como a burrice) é infinita. Confinados, muitos clicam links criminosos. Perdem dinheiro e sossego. Inventos geniais – como sempre! – servem na mesma medida para cometer crimes.
Manhãs ensolaradas ou com chuva, com frio ou clima ameno. Todos os dias vamos à janela observar a natureza com um olhar inédito. Detalhes antes ignorados são tema de debates acalorados. Estamos em maio. Parece que protagonizamos um filme de ficção. Do tipo em que o tempo congelou e todos perguntam: como será o amanhã?
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