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ideias e bate-papo

Saber conviver

Sábado a orla do rio Guaíba, em Porto Alegre, sediou um evento público. O lugar recebeu inúmeras benfeitorias. São cerca de 50 mil pessoas a cada fim de semana que acorrem ao local para tomar sol, matear, bater papo ou apenas curtir a paisagem.

A promoção do sábado à noite resultou na coleta, domingo pela manhã, de duas toneladas de lixo de todo tipo: garrafas, sacos e copos de plástico, além de papéis e latinhas. Dois caminhões trabalharam várias horas para dar conta da imundície espalhada.

“O episódio é corriqueiro”, dirão os leitores, cobertos de razão. Cito o fato para reforçar a importância de insistir, dentro de casa, com as noções básicas de convivência. Nessa mesma manhã de domingo fui tomar chimarrão e botar em dia a leitura dos jornais na Praça da Encol, uma das mais frequentadas de Porto Alegre.

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Espanta a quantidade de cães na área verde. Apesar de existir um espaço específico para eles – o cachorródromo –, a maioria dos animais anda livremente pelo vasto espaço verde, equipado com quadras esportivas e praça. Assim que chegam, a maioria dos donos retira as coleiras (ou guias) e vai tomar chimarrão ou conversar com os amigos.

Nesse período, muitas vezes os cães importunam as pessoas, brigam entre si ou defecam e fazem xixi no espaço onde as crianças brincam. As lixeiras transbordam, mas muitos frequentadores insistem em empilhar entulhos que acabam no chão, juntando moscas e atraindo os cachorros.

A Praça da Encol está no coração de uma zona nobre da Capital. Ou seja, o desleixo não é exclusividade de zonas mais pobres da cidade. Isso comprova a falta de comprometimento com os espaços públicos.

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Em várias praças e parques do Estado acontecem episódios semelhantes. Ao ver pais, padrinhos e adultos em geral ignorarem as regras de convivência, as crianças têm um péssimo exemplo que provavelmente será seguido ali adiante.
“Todos sabem criar melhor o filho dos outros”, reza um antigo ditado. Isso significa que é comum ouvir-se críticas a crianças que têm ataque de raiva, jogando-se no chão de supermercados, shoppings e locais públicos e em outros ambientes. Os mesmos que disparam saraivadas de críticas contra os outros têm comportamento condenável e são um péssimo exemplo.

Os valores legados na família são, ainda, os mais importantes e consistentes. É lamentável constatar tantos pais e responsáveis terceirizando essa responsabilidade intransferível. Chega de impingir à escola a culpa pelas falhas de educação dos filhos. Isentar-se agora é garantia de aborrecimentos no futuro.

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