Um amigo de longa data adotou um gesto que somente os grandes parceiros são capazes: me convidou – juntamente com a minha esposa – a passar o Carnaval em sua casa de praia. E não se trata de uma moradia qualquer. É um imóvel espaçoso, confortável. Para completar, a moradia localiza-se a poucos metros do mar numa praia pequena, calma e sem a zoeira dos grandes balneários. O convite, que é uma reiteração de vários anos anteriores, desta vez foi aceito.
Bastou dar o ok para que minhocas brotassem às dezenas em minha cabeça. Uma delas é o enfrentamento do trânsito, que se transformaria num inferno a partir dessa quinta-feira, quando muita gente “enforca” o expediente vespertino. Justamente para fugir dos congestionamentos do dia seguinte que se multiplicam como capim no verão.
Há muitos anos tornei-me arredio a idas ao litoral por rápidos períodos. Os gastos, o tumulto das grandes praias e o estresse que culmina com a comemoração de retornar para casa no domingo à noite me fizeram um ex-praieiro.
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Por décadas fiz o “bate-volta”, a maratona de sair às sextas-feiras e retornar domingo à noite ou na segunda-feira pela manhã. Com a idade, porém – “típica coisa de velho” diria a gurizada, com razão –, me tornei um recluso urbano durante o verão, adepto do ar-condicionado, do churras caseiro e da cerveja gelada.
Como já referi neste espaço, depois de cinco anos sem folga me animei a tirar dez dias de férias no litoral gaúcho. Peguei outra vez o gostinho da beira d’água. Sim, sendo água do Caribe ou o famoso Nescau gaudério, tomar um banho de mar, para mim, é uma espécie de descarrego das energias negativas.
De agora, quando escrevo este artigo, até sexta-feira terei tempo suficiente para montar uma estratégia logística e mental para enfrentar o feriadão e seus desafios. Milhões de gaúchos farão o mesmo, embora a esmagadora maioria sequer calibre os pneus, hábito que adotei a cada reabastecimento com ótimos resultados na vida útil do equipamento.
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Ainda não espiei a previsão do tempo. Será um contingente respeitável de apreciadores de comes e bebes que, em caso de chuva, elevarão peso e níveis de colesterol. Mas cá entre nós: é preciso desapegar de algumas vaidades para gozar a vida, driblar o massacre da rotina e compartilhar de momentos inesquecíveis com verdadeiros irmãos que a vida me legou.
Lá pela quinta-feira pretendo ler o noticiário que trata das previsões do número de veículos na free way. Fazer o quê? Temos dois meses de praia e todos merecem aproveitar!
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