O povo brasileiro é “vítima” de uma necessidade que é inerente ao estado organizado, qual seja, o serviço público. Há várias tarefas socialmente importantes que são típicas de prestação por servidores públicos.
Nesse sentido, sua garantia de estabilidade é originariamente idealizada e estabelecida a partir de um pressuposto que pretende a imunização do serviço público face à natureza predatória e cooptativa das relações de poder. Direitos e garantias diferenciadas seriam uma forma de proteção dos interesses do povo e dos bens do Estado.
Infelizmente, tais objetivos não foram concretizados. A elite do serviço público não só não conseguiu prevenir e garantir a proteção dos interesses do povo, como tem contribuído no agravamento da situação. Corporações de todas as vertentes têm se apropriado do estado brasileiro e dos seus recursos econômicos e financeiros.
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Esta é uma crítica difícil e complicada de realizar porque resulta em generalizações, regra geral capazes de provocar injustiças. Porém, é certo que o espírito de corpo funcional não favorece a realização de provas de omissão e desídia. Assim como raras vezes permite esclarecer e responsabilizar ações nebulosas, diretrizes frágeis e prevaricações da direção superior.
Como explicar os escândalos e a gestão temerária a que foram submetidos a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa Federal, o BNDES, entre outros entes públicos? Como explicar os malabarismos e os malfeitos de gestão e administração de um rol de políticas públicas?
Como se explica a “indústria” das ações trabalhistas que proliferam em todas as estatais, de sul a norte da nação? No caso gaúcho, pesquisem acerca das ações trabalhistas na CEEE e no Banrisul, por exemplo, entre outros órgãos.
E agora, nos últimos dias, a cereja do bolo. O obsceno aumento do Supremo Tribunal Federal. Que enriquecerá os poderes Judiciário e Legislativo, o Ministério Público, a Defensoria Pública, a Procuradoria Geral dos estados e municípios e os Tribunais de Contas.
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Um natalino presente e “maravilhoso” (para eles!) efeito cascata. Não é difícil entender por que são contra toda e qualquer reforma estrutural do estado brasileiro.
Os “primos pobres” do serviço público, a absoluta maioria dos servidores do Poder Executivo, sempre tão severos e injustos com prefeitos e governadores, deveriam qualificar suas observações e análises políticas.
O “inimigo” é outro!
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