“Para de ficar rezando (…) saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Para de ir a esses templos obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias (…).
Para de me culpar da tua vida miserável (…). Para de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. (…).
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Para de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. (…) Para de me pedir perdão.
Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. (…) Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, (…) que só geram culpa em ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti.
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Prestes atenção a tua vida (…) Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.
Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. (…) Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida (…). Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir.
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Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste.
Para de crer em mim – crer é supor, adivinhar, imaginar. (…) Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.
Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo.
Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar. Para de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro, aí é que estou, batendo em ti“.
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Um resumo das palavras do filósofo luso-holandês Baruch de Spinoza (1632-1677). Nas obras Ética e Tratado sobre a religião e o estado. Face às atuais manipulações comerciais da fé e da esperança e a persistente desconstrução da verdade, convém retomar a leitura dos clássicos humanistas.
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