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Contra ponto

Fakebook

Fakebook. O trocadilho é autoexplicativo. As redes sociais, Facebook especialmente, viraram um território selvagem e incontrolável. Não importa o assunto, o nível de discussão e postagem, proliferam as mentiras, montagens, difamações e calúnias.

Não à toa, muitas redes sociais já adotam, ou pensam em adotar, filtros e impugnações de postagens. Importa não esquecer que muitos desses atos são crimes contra a honra alheia. Com certeza, não vai demorar, tais irresponsabilidades podem vir a se transformar num dilúvio de ações judiciais.

No âmbito do jornalismo profissional, as empresas têm recorrido a agências de verificação e criado equipes internas de auditagem das notícias. Já não basta produzir notícias, senão que também é um dever desfazer boatos e esclarecer informações.

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Importa acrescentar que a postagem de evidentes mentiras ou fotomontagens atrai facilmente os incautos e desinformados, assim como os internautas de má-fé.

Mais: postagens e compartilhamentos de textos e fotos sensacionalistas e demagógicos geram “cliques” remuneratórios (via publicidade) a seus autores originais. Ou seja, a desinformação e a estupidez estão enriquecendo alguém.

E aqui entre nós, brasileiros, face ao nível melancólico e despolitizante a que chegamos, tudo indica que durante o processo eleitoral vindouro haveremos de atingir o ápice da degradação na internet. Serão tantas as notícias falsas, mentirosas, as difamações, calúnias e injúrias relativamente aos candidatos,  que não haverá advogados suficientes para atender a clientela, assim como os próprios tribunais eleitorais irão se enredar num círculo vicioso sem solução objetiva e imediata. O que poderá significar o postergamento de decisões judiciais, resultados eleitorais e consequentes diplomações. Quem viver, verá!  

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Eleições
É real o risco populista. Seu discurso eleitoral mais constante é o nacionalismo e o vitimismo. A culpa “de tudo” é sempre dos outros. Sua prática? Vende sonhos populares sem sustentabilidade de realização e continuidade, gerando irresponsabilidade fiscal, financeira e econômica. Também apregoa supostas virtudes e riquezas nacionais em troca do sucesso efêmero, comprometendo a seriedade administrativa e a estabilidade política.

E como identificar o candidato populista? O escritor peruano (e prêmio Nobel de Literatura) Vargas Llosa (1936) fez um ótimo resumo sobre o populismo: “Uma das maiores dificuldades para combatê-lo é que apela aos instintos mais puros dos seres humanos: o espírito tribal, a desconfiança e o medo do outro – seja de raça, língua ou religião diferente –, além da xenofobia, do patriotismo exagerado, da ignorância”.

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