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Contra Ponto

Lula x Moro

O tema corrupção na Petrobras recaiu aleatória e originariamente na jurisdição e competência de Sérgio Moro. Depois, os demais casos (pro)seguiram por atração processual. Tudo dentro da normalidade jurídica. Mas poderia ter sido outro juiz.

Já Lula representa o mais expressivo e atual estágio da responsabilização dos autores continuados desta degradação. Embora a corrupção na Petrobras (e demais estatais) seja histórica. 

Mas a romaria de deliquentes engravatados é longa e diversificada. Recai em inúmeros líderes político-partidários (muitos outrora antagonistas, em tese), empresários, “marqueteiros e doleiros” e alguns familiares.

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Salvo a indignação da maioria dos brasileiros, petistas e lulistas de carteirinha, entretanto (são uma nação à parte), acreditam que todas as acusações constituem um complô para denegrir o partido e seus líderes. Lula, em especial.  

Argumento que o personalismo e o messianismo explicam. Virou “religião”. Se Lula, José Dirceu e Dilma, por exemplo, continuam sendo chamados de “guerreiros do povo brasileiro” por uma parcela de brasileiros, o que se pode argumentar ou fazer? Nada!

De outra parte (sempre haverá o reverso de qualquer ideia, vírus ou doença – é o princípio da ação e reação) surgem subprodutos desse fanatismo e do remanescente estado de coisas.

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Ironicamente, novas estrelas. Ainda que decadentes e inapropriadas para o momento. Refiro-me especialmente ao prefeito paulistano João Dória, o deputado Jair Bolsonaro e, vejam só, o apresentador televisivo Luciano Huck. 

Até que ponto chegamos? Se ainda fosse o Hulk, aquele que fica verde e forte (ultimamente todos os brasileiros estão verdes de raiva, mas sem ficar fortes o suficiente).

Brincadeiras e ironias à parte, quem são os responsáveis por este estado de coisas? Quem duvida das acusações e das afirmações dos delatores? E agora?

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Quem quer estar no lugar do juiz Moro? Se mandar prender Lula e deflagrar uma guerra civil (sim, os fanáticos são capazes. Já esqueceram o exército do MST e os sindicatos amestrados?), como ficaria?

E se não prender Lula, o que dirão os demais brasileiros indignados? E se prender e o STF soltar, Moro renunciaria à magistratura? 

Quem diria, saímos de um extremo ao outro. Saímos de um “nunca dantes” para outro “nunca dantes”. Da ficção para a realidade!

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