A razão principal da liberação das possibilidades de terceirizações é garantir mobilidade e agilidade de gestão empresarial, e a adoção de tecnologias, processos e serviços inovadores e independentes.
São carências de setores da economia que se encontram travados e embretados numa série interminável de exigências que dizem respeito à contratação, manutenção, treinamento e desligamento dos trabalhadores.
Um rol de dificuldades operacionais, formais, tributárias e burocráticas que retira competitividade nacional e internacional dos negócios.
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Entretanto, no centro dos atuais debates está a hipótese de precarização de direitos trabalhistas. Os contrários à terceirização temem que haja achatamento salarial. É provável que isso aconteça em alguns setores não qualificados e em alguns momentos do processo. Mas, com o tempo, o sistema entrará em estado de equilíbrio.
Se continuam assegurados todos os direitos celetistas (como de fato continuarão), tributos e obrigações acessórias, mais o lucro de administração do possível intermediário, resulta que os custos imediatos do contratante final, em verdade, aumentarão.
E por que uma empresa se submeteria a um aumento de custos por meio da terceirização? Porque obteria uma vantagem competitiva que diz respeito à verticalidade operacional e consequente agilidade produtiva e comercial. É estúpido supor que as empresas contratantes venham a abrir mão da eficácia e qualidade dos trabalhadores (e do próprio produto final) em troca de uma suposta redução de custos.
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Ao contrário, ocorrerá que os melhores trabalhadores serão disputados pelos administradores. O que vai gerar um circuito virtuoso. O debate deveria ser outro. E repito o que venho dizendo, faz tempo: por que o trabalhador brasileiro é tratado – pelos sindicatos e pela Justiça do Trabalho – como um pobre coitado, que não sabe nada, que não tem competência, que é incapaz de compreender e administrar seus direitos e habilidades profissionais, e por que precisa ser tutelado ininterruptamente?
A razão desse debate tardio, insano, improdutivo e sem dados objetivos também é muita culpa dos próprios empresários, incapazes de demonstrar aos seus colaboradores e parceiros o rol de obrigações tributárias e trabalhistas. Obrigações que mais do que duplicam os custos de contratação e manutenção, numa expressiva parcela de recursos financeiros destinados aos cofres perdulários e irresponsáveis do governo federal. Os sindicatos defenderiam melhor os interesses dos trabalhadores se mudassem seu foco e discurso.
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