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A falência do Estado

Os primórdios da humanidade foram feitos de lutas, mortes, guerras e árdua sobrevivência. Segundo Thomas Hobbes, filósofo inglês do século 16, o homem vivia no seu estado natural, onde não haviam nem lei nem regras. No Estado de Natureza, os limites eram definidos pela força e pela satisfação dos desejos. O homem poderia fazer de tudo. Comer o que quisesse, beber o que conseguisse, matar o que pudesse e violentar o que tivesse vontade. 

Neste modelo de funcionamento social, quase todo mundo se dava mal o tempo inteiro. Por mais forte que o indivíduo fosse, quando criança ou quando idoso, ele seria vulnerável. Por mais virilidade que ele tivesse, uma hora ele precisaria dormir. Neste Estado Natural, todos são inimigos em potencial de todos. Ninguém estava seguro. Morrer violentamente após sofrer incessantes ataques era questão de tempo.

Foi então que a própria sociedade percebeu que não dava para continuar vivendo assim. Algo precisaria mudar. E essa mudança foi a criação do Estado como conhecemos hoje. Um poder maior que rege a sociedade, através de leis, normas e regras criadas pelos próprios homens e seus representantes. Hobbes deu o nome de Leviatã (feroz criatura do Antigo Testamento) ao Estado em seu livro homônimo de 1651.

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Em suma, o homem trocou a possibilidade de fazer tudo o que quisesse para ter paz e segurança. E esta seria a principal e fundamental função do Estado. Para Hobbes, se o Estado não pudesse garantir a segurança das pessoas, seria falho. Nenhuma outra função do Estado seria possível sem segurança. Saúde, educação nem qualquer outra atividade teriam serventia sem garantir nossa sobrevivência.

Trazendo para os dias de hoje no Brasil, temos a falência total do Estado, pois ele não garante nossa segurança já há bastante tempo. A criminalidade tem números assustadores. Mulheres agredidas e violentadas. Maus-tratos contra idosos e crianças. Animais mortos e abandonados. Estamos vivendo novamente o Estado de Natureza. Salve-se quem puder.

Um Estado falido come a riqueza produzida pelo trabalho árduo de sua população e transforma em defesas e privilégios de seus próprios integrantes. Não é à toa que a violência e falta de serviços públicos de qualidade não atingem os três poderes que compõem o Estado. Eles vivem em outra realidade, na realidade do luxo e da segurança privada. Quem vive a barbárie do Estado de Natureza são os agentes da segurança pública e nós, a população.

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Acredito que para recuperarmos o Estado de sua falência, precisamos priorizar a segurança. Mas quando digo priorizar, não é fazer de conta como vemos em todas as eleições. As pessoas não se dão conta de que priorizar é excluir. Para priorizar algo, devemos deixar outras coisas de lado. Um Estado competente faz poucas coisas e as faz bem, diferentemente do populismo de esquerda, que quer fazer tudo e nem dos presídios consegue cuidar.

Precisamos buscar outro modelo de gestão pública, que consiga se libertar das velhas armadilhas de achar que pode tudo. Um novo modelo que valorize o dinheiro do contribuinte e entregue o essencial, pois é impossível priorizar tudo. E sem segurança pública, do que adianta o resto?

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