De uma forma ou outra, todos buscam a felicidade. E não há felicidade sem amor. O amor é o caminho mais confiável para termos uma vida plena e feliz. Mas o que é o amor? Parece algo tão difícil de definir. E é. Muitos de nós não sabemos dizer, mas sabemos exatamente quando sentimos. Amor é uma emoção humana, algo irracional, e como tal, não respeita as imposições da razão nem a precisão dos números. Senti-lo é sinônimo de saúde. Não tê-lo torna a vida sem sentido.
Existem várias interpretações sobre o amor que se complementam. Trago aqui três delas, cada uma com suas características. Nestas definições, o amor começa superficial e vai se aprofundando, tornando-se mais complexo e maduro.
A primeira definição que temos é o amor de Platão. Para ele, amor leva o nome de Eros. Amar é desejar. Então quem ama, deseja. A questão é que só desejamos o que falta. Ou seja, para Platão, amar é desejar o que não temos. E quando conquistamos o que queremos, deixamos de amar, pois se encerra o desejo. Por isso o amor platônico é a distância, é amar na ausência.
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Uma definição que veio contrapor a de Platão foi a do seu aluno Aristóteles, percebendo que se amar é desejar o que não temos, na falta, o amor seria algo pobre. Para ele amar, que leva o nome de Filia, é alegrar-se com o que temos. O amor aristotélico é na presença. E na presença deste amor sentimos alegria, que é o aumento da nossa potência vital. Quando estamos alegres (amando) somos mais de nós mesmos. O maior indicador desta alegria é quando não queremos que aquele momento acabe. Se você está alegre, com você mesmo, com outra pessoa ou em uma atividade, você não quer que termine.
Essas duas definições são centradas no indivíduo, no desejo e na presença, na busca por melhorar e na gratificação de atingirmos nossas conquistas. Seria o suficiente para termos amor próprio e nos satisfazermos. Mas aí veio Jesus Cristo trazendo um novo conceito de amor que iria transcender a individualidade e pensar no coletivo. Para ele, o amor, que leva o nome de Ágape, está no outro. Amar é colocar a alegria e o bem-estar do outro antes do nosso. O amor cristão é ser a causa da alegria do outro, sem olhar a quem. Do que adianta termos e sermos se não há com quem compartilhar? Existe coisa melhor do que ser a alegria de outra pessoa? Esta seria a forma mais evoluída de amor.
Os ingredientes de uma vida feliz são desejar muito o que você ainda não tem, sentir alegria com o que se tem e, para o amor ser pleno, buscar ser o motivo de desejo e alegria dos outros. Mas lembre-se: esses são apenas ingredientes. Não há receita pronta. Quem precisa misturar os ingredientes e preparar o bolo é você. Mas, com amor não tem como dar errado.
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