O Brasil é o país do coitadismo. O brasileiro é campeão da vitimização. Tratamos criminosos e bandidos como vítimas da burguesia opressora capitalista e da polícia truculenta. Somos da turma do “deixa-disso” e do “deixa-assim”. Glamourizamos a pobreza e a ignorância. Invariavelmente confundimos solidariedade com pena. Somos frouxos com a lei e as regras. Somos permissivos demais.
Com tudo isso, não é de se surpreender com os últimos acontecimentos em nosso País, Estado e cidade. Estamos colhendo o que plantamos. Ou melhor, não plantamos e acabou ficando inço e erva daninha. A explosão da violência em todos os cantos é o desfecho natural de anos de omissão, negligência e fanfarrice com o dinheiro público.
Temos um Código Penal de 1940 devido ao desinteresse no bem- estar público por parte do Legislativo. Sem a reformulação e o aumento da severidade das leis, os juízes ficam amarrados diante da violência e gravidade dos crimes. Juízes não podem inventar leis e nossas leis atuais são permissivas demais, beirando o ridículo. Indulto de Natal, intermináveis recursos, responder em liberdade e progressão de penas para bandidos altamente periculosos são inaceitáveis. Botar preso para trabalhar, então, é crime hediondo para os críticos do capitalismo.
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Convivemos há décadas com deficit nas vagas de creches, escolas, hospitais e presídios. Poucos policiais e ainda por cima desprestigiados, desequipados, pouco remunerados e acusados de serem violentos. A polícia vive diariamente num prende e solta, num mata ou morre. De preferência morre, para os defensores de bandidos. O ápice do esculacho com a segurança pública é nomear o prefeito de Santa Maria, onde a hecatombe da boate Kiss aconteceu, como secretário de Segurança Pública. Escolheram este ser, entre tantos, para apagar o incêndio da criminalidade e insegurança. Inacreditável.
Com uma pergunta capciosa num plebiscito mentiroso, o cidadão de bem foi desarmado, tolhendo dele o direito de defender sua propriedade e a si próprio. Ganhamos o plebiscito e perdemos as armas. A população, dividida entre coxinhas e mortadelas, é devorada pelos criminosos armados até os dentes, que não estão nem aí com Dilma, Temer ou Cunha. O povo só se mobiliza para fazer passeata depois que o crime acontece, exigindo justiça e segurança que nunca chega.
A crise econômica, magnificada pelo descontrole e incompetência nos gastos públicos, gerou desemprego recorde, trazendo mais violência. Ignorantes, despreparados para o mercado de trabalho, carentes de serviços públicos básicos são facilmente cooptados pelo crime. Enquanto isso, a verdadeira elite brasileira, a classe política e seus intelectuais e artistas de estimação trabalham para aumentar seus salários, regalias, imunidades e, claro, impostos. Querem estatizar tudo e controlar tudo, tendo que dar quase nada em troca.
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Somos hoje reféns de nossas próprias escolhas. Até quando vamos continuar escolhendo errado? Até quando vamos reeleger os mesmos? Até quando vamos desrespeitar a polícia e as leis e assistir quietos enquanto outros também o fazem? Até quando vamos ficar desarmados? Até quando você vai acreditar no conto do socialismo? Até quando vamos esperar que outros resolvam nossos próprios problemas? Precisamos acordar.