O fotógrafo aposentado Harry Genehr, que realizou muitas coberturas jornalísticas para a Gazeta do Sul, ainda guarda fotos do incêndio que destruiu a madeireira e indústria Hoppe, na esquina da Rua Venâncio Aires com Ramiro Barcelos. O sinistro, ocorrido em 4 de dezembro de 1962, mobilizou a cidade e trouxe pânico a quem morava nos arredores.
Pronto para viajar a Porto Alegre, o sócio Carlos Hoppe levantou antes das 6 horas e viu as chamas. Em seguida, acionou os demais sócios – um deles era Edmundo Hoppe, então prefeito de Santa Cruz. Em poucos minutos, utilizando uma mangueira da própria empresa, iniciaram o combate ao fogo.
Na época, não havia bombeiros na cidade e o 8º RI, para não deixar a cidade desassistida, prestava o serviço em caráter excepcional. Logo, a unidade se fez presente com um carro-tanque e mangueiras. Empresários do comércio e indústria disponibilizaram grande quantidade de extintores manuais para auxiliar no combate ao fogo. Às 8h30, chegou um carrobomba da prefeitura de Rio Pardo.
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Por volta das 10 horas, o incêndio foi controlado, mas deixou um rastro de destruição. Foram queimados laminados, madeira, venezianas, portas, centenas de cadeiras, serras, madeiras aplainadas e outras Fotos: Arquivo de Harry Genehr mercadorias prontas para serem entregues. O telhado caiu, e tudo o que havia no depósito e na administração queimou. Apenas a fábrica de bolas de futebol escapou.
Havia grande preocupação com a possibilidade de o fogo atingir os prédios em volta e se alastrar por todo o quarteirão, pois no local havia muito material inflamável, como tintas, cola, óleos, borracha, pneus e outros.
A indústria não tinha seguro e o prejuízo foi calculado em Cr$ 3 milhões. O incêndio, que poderia ter virado uma grande tragédia, fez os empresários e a comunidade, junto com a Associação Comercial e o poder público, mobilizaremse pela instalação de um corpo de bombeiros na cidade.
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