Nas últimas colunas, lembramos de doenças que causaram pavor em Santa Cruz no início do século passado, a lepra e a tuberculose. Mas também o tifo endêmico e a gripe espanhola provocaram medo e mortes.
Praticamente não há registros sobre os óbitos causados por estas duas doenças e as informações são de relatos das famílias. Os jornais (Kolonie e Gazeta de Santa Cruz) davam mais notícias da Intendência alertando o povo para os cuidados.
Segundo relatos, a primeira onda de tifo ocorreu na virada do século 19 para o 20 e atingiu mais o interior. No antigo Cemitério Evangélico de Alto Linha Santa Cruz, há três túmulos de membros da família Blödorn que morreram em um intervalo de 30 dias.
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O tifo é transmitido por alguns parasitas, como o piolho, e provoca muita febre, tosse, náuseas e outras sintomas que debilitam a pessoa, levando à morte. Durante a 2ª Guerra, ele voltou a causar medo pelas notícias que vinham da Alemanha, onde milhares de pessoas estavam morrendo nos campos de concentração.
Em 1918 e 1919, a gripe espanhola causou pânico. Não há dados sobre o número de mortos, mas muitos registraram a perda de entes queridos. A família Hansel contabilizou duas mortes pelo vírus da influenza em poucos dias. Na época, não havia médicos suficientes para atestar a causa da morte. Além disso, no interior era comum enterrar os mortos na propriedade, o que dificultava as estatísticas.
Como a maioria dos que vinham a Santa Cruz chegava pelo trem, o intendente Gaspar Bartholomay determinou o exame de todos que desembarcavam. Se alguém tinha sintomas de gripe, era proibido de circular pela cidade.
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A antiga Cadeia (hoje Biblioteca Municipal) virou hospital de campanha. O tratamento era apenas com ervas medicinais e controle da temperatura, feito com compressas de água fria.
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