Na próxima sexta-feira, o prédio da antiga Cadeia de Santa Cruz, na esquina das ruas Marechal Floriano e Tiradentes, passará a abrigar a Biblioteca Municipal Elisa Gil Borowsky. O imóvel, restaurado pela Prefeitura, começou a ser construído em 1899 (projeto do engenheiro Roberto Puhlmann). A obra sofreu entraves e foi concluída somente em 1910.
O relatório da guarda, redigido em 1922 pelo comandante, tenente Leonel do Prado, revela detalhes da estrutura e dos equipamentos dos soldados que lá atuavam. A cadeia tinha espaço para 32 detentos, possuía 13 lâmpadas e um telefone a manivela.
A guarnição contava com um tenente, dois sargentos, três cabos e 16 soldados. Armamento: 18 espadas, 20 carabinas, 44 armas velhas e dez revólveres de diversos tipos. Havia ainda um piston e três cornetas.
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Em setembro de 1922, a cadeia tinha 22 presos (19 homens e três mulheres). Dezoito estavam lá por desordem, um por furto e três para averiguações. Dezenove eram brasileiros, um italiano e dois russos.
Para o deslocamento, contavam com três cavalos, 11 mulas, duas éguas, cinco burros e dois bois. Existiam quatro carroças sem tolda e uma com tolda (todas com quatro rodas), sete charretes de duas rodas e uma carroça (pipa) para transportar água.
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Além de manter a ordem, os soldados providenciavam a alimentação dos animais. Contavam com máquina para cortar pasto, moedor de milho, dois arados, ancinhos, enxadas, gadanhos e outros.
O local sediou a guarda municipal e, mais tarde, abrigou os primeiros soldados da Brigada Militar. Com a inauguração do presídio estadual, no Bairro Faxinal Menino Deus, em 1976, ele foi desativado. A velha cadeia viveu passagens pitorescas. Havia celas com janelas para a Rua Tiradentes, e não era raro pedestres conversarem com um preso conhecido.
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