O cinema mudo, que nasceu no final do século 19, logo tornou-se popular em vários países. Em Santa Cruz do Sul, a primeira exibição foi no Clube Aliança, em 26 de janeiro de 1902. Na época, a cidade ainda não tinha luz elétrica.
A partir de 1906, as projeções tornaram-se comuns e continuavam no Aliança. No cinema mudo não havia diálogos e nem trilha sonora. Com isso, um músico ou orquestra fazia o fundo musical. Na cidade, a tarefa era executada pela banda Concórdia, regida pelo maestro Germano Karl.
A Concórdia era uma banda de sopros que se apresentava antes e durante a sessão, mudando o ritmo conforme a cena. Ela inovou com a introdução do tarol, especialmente nas cenas de ação. O tamboreiro era o sr. Schiedeck, o “mestre das baquetas”. Ela animava festas, casamentos e circos e ficou em atividade até 1940.
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A inauguração do Cine Teatro União, em 1919, abriu uma nova fase. O Clube União, para garantir uma boa fonte de renda, alugou o antigo Teatro Coliseu Santa-cruzense (depois Cine Apolo) na Rua Júlio de Castilhos, 567, e investiu no cinema. Na Gazeta, em 1946, Ary G. do Prado conta que havia concorrência entre os cines Aliança e União.
Para fazer a trilha sonora, o União buscou a Orquestra Estudiantina, que era famosa na cidade. Sua fundação foi em 6 de março de 1898, iniciativa de Helmuth Schütz, Adolfo Iserhardt, Theodoro Neumann e João Ochs. O regente era Schütz. Ela realizava concertos e apresentações em datas especiais.
Para colaborar com o União, a Estudiantina animou os filmes de graça por um bom tempo. A música era selecionada e harmoniosa, com a presença de violinistas. Muitos iam ao cinema somente para ouvi-la. A partir de 1930, a sonorização tornou-se mais comum e, gradativamente, o cinema mudo acabou.
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Pesquisa: Arquivo da Gazeta do Sul
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