Semana passada, lembramos do carro-motor, que transportava passageiros entre Santa Cruz e Porto Alegre. Ele utilizava os trilhos do trem e era uma unidade rápida da Rede Ferroviária, movido a óleo diesel.
Enquanto a maria-fumaça puxava vários vagões com passageiros e cargas diversas, o carro era um “ônibus sobre trilhos”, o que deixava a viagem mais ágil e confortável. Levava os viajantes, correspondências e pequenas encomendas. Na Casas Martin, era possível comprar malas no tamanho máximo permitido no carro-motor: 60 x 40 x 16 centímetros.
O leitor Luiz Kuhn conta que viajava com os pais no carro-motor. Inclusive, guarda duas passagens em papel acartonado. Ele não esquece do cheiro forte de óleo queimado dentro do veículo, o que provocava náuseas em alguns passageiros. O aposentado Ruy Pohl também fez várias viagens e diz que o veículo era bem confortável.
O carro começou a circular no Estado por volta de 1938. Logo depois, foi desativado, pois na 2ª Guerra houve falta de combustível. Em fevereiro de 1948, entidades de classe e políticos mantiveram reunião com o Daer, pedindo o retomada das viagens entre Santa Cruz e Porto Alegre.
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A volta da linha ocorreu em 4 de junho de 1948, nas segundas, quartas e sextas-feiras. Um mês depois, as viagens passaram a ser diárias, menos aos domingos. A saída de Santa Cruz era às 6 horas, com desembarque na capital às 9h50. O retorno ocorria às 16h10, com chegada na estação de Santa Cruz às 20 horas.
O carro-motor e a maria-fumaça operaram até setembro de 1965, quando o ramal ferroviário foi desativado por ter pouco movimento. As pessoas preferiam viajar de ônibus e as cargas eram levadas em caminhões.
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