Em 6 de novembro de 1927 – há exatos 90 anos –, a região ficou abalada com o trágico falecimento do padre Guilherme Deckelmeyer, de 53 anos. Ele morreu afogado durante enchente no Arroio Plums, no distrito de Trombudo (hoje Vale do Sol).
Guilherme (Wilhelm em alemão) nasceu em Hanau (Alemanha) em 1874 e era jesuíta. Atuando na paróquia de Santa Cruz, costumava atender às comunidades do interior, viajando quilômetros no lombo de um burrico.
No domingo, dia 6, celebrou missa em Formosa. Depois do almoço, mesmo com chuva, decidiu seguir a Trombudo, onde rezaria missa à tarde.
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O comerciante Guilherme Hermany Filho aconselhou que não fosse, pois a correnteza no Plums estava forte. Não havia ponte e era preciso atravessar por dentro do arroio, em um passo de pedras. Deckelmeyer respondeu que não poderia faltar ao compromisso.
Como o padre não chegou até a hora da missa, os fiéis logo imaginaram que algo ruim poderia ter acontecido. No dia seguinte, o burrinho foi encontrado pastando em uma lavoura.
Túmulo do jesuíta é no Cemitério Católico
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Uma semana depois, o corpo foi localizado, a um quilômetro do passo. A batina e mais uma capa de chuva de pano grosso ajudaram na submersão. O jesuíta está sepultado no Cemitério Católico de Santa Cruz.
Em 1946, Formosa e Trombudo, sob a liderança de Ewaldo Hermany, realizaram coleta para construir uma ponte no passo. A inauguração foi naquele mesmo ano. Ao lado, foi colocada uma cruz de pedra, lembrando da tragédia.
Depois de pronta, a Ponte Feliz (referência ao ex-prefeito Willy Fröhlich=feliz) causou polêmica, pois as duas comunidades não chegaram a um acordo sobre onde seria a festa de inauguração. Cada uma fez a sua e as lideranças negaram-se a cruzar a ponte no dia festivo.
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FONTE: livro Nossa Terra, Nossa História (Ireno Finkler)